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Sábado, Abril 20, 2024

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Comissão Administrativa do Calipolense suspende equipa sénior porque o clube “não tem condições para poder competir”, diz Francisco Chagas (c/som)

Conforme a Rádio Campanário noticiou no dia 12 de agosto, a direção do Calipolense, Clube Desportivo de Vila Viçosa, foi exonerada ficando o clube a ser gerido por uma Comissão Administrativa liderada por Francisco Chagas, que decidiu agora, que na época 2016/2017, o Calipolense não tenha equipa sénior a participar em provas oficiais.

Recorde-se que a última direção do Calipolense, Clube Desportivo de Vila Viçosa era constituída por Nelson Fradique, Miguel Rosinha, João Talhinhas, Paulo Pereira, Ana Rita Barradas, Augusta Ferreira e Cídia Toscano.

Em entrevista a esta Estação Emissora, o presidente da Comissão Administrativa, Francisco Chagas, assegurou que a não formação de uma equipa sénior “foi uma decisão falada e muito discutida tanto nos aspetos positivos como negativos e aqui pesaram mais os aspetos negativos, mas foi tudo muito bem falado e analisado pelas pessoas muito ligadas ao Calipolense (…) foram pesados os aspetos técnicos, os aspetos financeiros, tudo o que poderia contribuir para que o Calipolense entrasse nesta época, nos séniores, e não fizesse má figura e foi aí que não conseguimos chegar, arranjar todas estas características e pesou para o lado da não participação”.

Questionado sobre quais os aspetos mais negativos que pesaram nessa decisão, Francisco Chagas refere que foram essencialmente “ao nível da participação de atletas” que não era suficiente “mas analisado em pormenor e as pessoas ligadas tecnicamente (…) verificamos que posicionalmente no campo (…) havia lugares que não estavam preenchidos, não garantiam aquilo que se pretendia, até porque esta época vai ser recheada de muitas equipas que desceram para esta divisão (…) cerca de oito equipas que estão num nível bastante superior aquelas que o Calipolense tinha condições para poder participar e assim sendo, nesse aspeto e nos aspetos financeiros em que o Calipolense, comparativamente com essas mesmas equipas, não tem condições financeiras para poder competir”.

Acrescenta que “as verbas de que o Calipolense dispõe não são suficientes para iniciar a época porque eram necessários alguns milhares de euros (…) outro aspeto fundamental é que vamos apresentar uma nova equipa, nomeadamente um novo escalão de juniores e ficamos com todas as formações, desde os mais pequenos até aos juniores a funcionar. Todos os escalões estão garantidos no Calipolense (…) e para o ano pensamos que existem melhores condições para podermos abrir novamente o escalão sénior”.

Questionado sobre o que mudou financeiramente relativamente a outros anos, o presidente da Comissão Administrativa do Calipolense diz que tem a ver com “a herança da última direção, não vou mencionar (…) vamos guardar para mais tarde (…) é um assunto que vai ter que ser apresentado a seu tempo (…) mas o que posso dizer é que houve um grande esforço por parte destes nove elementos da Comissão Administrativa, nomeadamente na inscrição do clube na Associação de Futebol de Évora em que tivemos que pedir favores e corremos o risco de não existir futebol em nenhum dos escalões até aos juniores em Vila Viçosa, por uma anarquia de pessoas responsáveis que puseram em causa a participação de cerca de 150 atletas nesta época de 2016/2017”, desmentindo o anterior presidente do clube, Nelson Fradique que assegurou à Rádio Campanário no passado dia 116 de agosto que houve “o cuidado de garantir que as contas fossem pagas, nomeadamente à EDP, a água, os impostos das viaturas, inclusive já pagamos a inscrição da taxa da associação na filiação da Associação de Futebol de Évora para a época 2016/2017 para que as coisas continuem, as coisas estão orientadas, não ficou nada no vazio”.

Francisco Chagas expressa que as Festas dos Capuchos também têm contribuído para ajudar a situação financeira do clube no pagamento das taxas de inscrição dos jogadores, “que este ano rondariam os seis mil euros para inscrever a equipa sénior”, afirmando que este ano o clube não contará com as verbas da garraiada de segunda feira de festa, “que foi dada a outras duas associações do concelho de uma forma que até agora não percebi muito bem e desde o dia 2 de janeiro de 20116 é o Calipolense que disponibiliza e que detém o documento do IGAC a autorizar essas duas atividades taurinas”.

Instado para de forma clara explicar a quem é que foi feito o pedido para a exploração da Praça de Touros de Vila Viçosa para a realização da atividade taurina, Francisco Chagas refere que neste momento não está em condições “de poder fazer afirmações (…) enquanto não se realizar uma reunião que foi pedida há algum tempo ao executivo da câmara e essa reunião ainda não foi feita (…) para saber efetivamente o que teria acontecido (…) o certo é que os responsáveis do Calipolense solicitaram uma reunião com o executivo (…) e enquanto essa reunião não for feita, eu não tenho resposta para dar a essa questão”.

Sobre a realização da eleição para os novos Corpos Sociais, Francisco Chagas diz que neste momento a Comissão Administrativa está a resolver os problemas do clube “em velocidade de cruzeiro” afirmando que a primeira prioridade passa por “garantir a atividade do Calipolense, falando com os pais, os treinadores, saber qual a disponibilidade para os atletas treinarem, se calhar em campos não de futebol”.

Francisco Chagas diz que neste momento ainda não foi disponibilizado o Campo Municipal pela autarquia de Vila Viçosa, pelo que terão “que recorrer a outros sítios porque não há disponibilidade para treinar (…) foi feito um pedido de reunião pelos responsáveis atuais do Calipolense com o executivo da câmara e um dos pontos é o plano de treinos e se até à data não foi feita essa reunião, não existe resposta a esse pedido de reunião em cujos pontos propostos pelo Calipolense consta o plano de treinos, logicamente que ainda não existe disponibilidade de quem de direito para a utilização do campo”.

Acrescenta que “até à data não foi dada qualquer resposta para essa reunião e parte-se do principio que vamos começar os treinos em campos de outros (…) o diretor técnico está a resolver essa situação para que os treinos tenham inicio já esta semana”, tendo como alternativa “o campo de jogos da Escola” Secundária Públia Hortênsia de Castro.

Questionado sobre a forma como vê o futuro do Calipolense, explana que o futuro do clube tem que ser visto de uma forma positiva “porque o Calipolense não é uma associação qualquer, não é uma associação que apareceu há meia dúzia de dias como algumas que por aí andam com o mesmo conteúdo do Calipolense e estão a ser beneficiadas e comparticipadas, se calhar, ao número de atletas participantes, muito melhor e muito mais do que o próprio Calipolense”.

Instado se os sócios do Calipolense deveriam ter uma participação mais ativa, sobretudo neste momento, refere que “os sócios participam dentro das suas condições, a assembleia do dia 11 de agosto foi bem participada (…) mas o papel do sócio é fundamental na decisão da associação”.

“Francisco Chagas contrapõe que “o Calipolense não está pelas ruas da amargura, o Calipolense é uma associação ativa, mais ativa do que qualquer outra comparativamente com as que por aí andam no concelho (…) o Calipolense não está por baixo, necessita é de uma autogestão que lhe dê garantias para que estes 150 atletas possam passar a 200 e o facto da não existência este ano da equipa sénior, poderá contribuir, e foi esse o motivo que os nove elementos da Comissão Administrativa tiveram em conta, poderá ser um estimulo e não um aspeto negativo para que em termos futuros, o Calipolense possa ter na sua participação nos campeonatos séniores, uma voz ativa como teve há alguns anos atrás”.

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