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Terça-feira, Março 19, 2024

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Doutoramentos nos politécnicos são “uma gota na mais importante revolução no ensino superior dos últimos 20 anos”, diz Presidente do IPP (c/som)

Com base num relatório de avaliação ao sistema de ensino superior em Portugal elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), o Governo vai autorizar institutos politécnicos a atribuírem doutoramentos, competência até então exclusiva das universidades.

Em declarações à Rádio Campanário, Albano Silva, Presidente do Instituto Politécnico de Portalegre aponta como “um salto muito importante que vai marcar as instituições de ensino superior”, o facto de terem “mais investigação e mais capacidade científica”.

Aponta a existência de “universidades que têm neste momento doutoramentos” sem “capacidade científica para o seu desenvolvimento”, e por outro lado politécnicos com capacidade, que não o podem fazer dado o “critério do subsistema”.

Congratulando o facto de esta decisão se poder vir a basear na “capacidade científica e de investigação na área onde se propõe o doutoramento”, relembra que tal implicará alteração no decreto de lei de graus e diplomas em prol da capacidade cientifica da instituição, que por sua vez requer a existência na instituição de “centros de investigação aprovados e avaliados pela FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) com classificação de muito bom ou excelente”.

O IPP, avança, apresentou no presente mês de fevereiro, uma candidatura à FCT do seu já existente centro de investigação, sediado na BioBIP, em Portalegre. A unidade “assenta fundamentalmente numa área científica de valorização dos produtos endógenos da região […] e na valorização do território, dos produtos energéticos e na sustentabilidade”, com ação direcionada para os “territórios de pequena densidade que têm fronteira com Espanha”.

Mediante esta classificação, “podemos pensar em doutoramentos, mas não temos pressa”, declara.

Mais acrescenta que, em parceria com “particamente todas as instituições a Sul do Tejo e mais algumas das ilhas”, nomeadamente o IPBeja e a Universidade de Évora, “candidatámos a um centro de investigação na área da saúde”, nomeadamente da enfermagem. Também este centro,

“poderá fazer, em parceria, doutoramentos na área da saúde”, que já estão a ser pensados, avança.

Contudo, a atribuição de doutoramentos poderá levar até 2 anos, estima, uma vez que, como supramencionado, requererá “alterações na legislação do regime jurídico e na lei de base das instituições do ensino superior”, que provavelmente não será feito nesta legislatura”, aponta.

Apontando o facto como “um sinal muito vivo da democratização do ensino superior”, que surge “num conjunto de medidas que o Governo agarrou do relatório da OCDE em que as mais importantes são as questões de convergência com a Europa”.

Visando que em 2030, 60% dos jovens estejam no ensino superior e 50% da população entre 30 e 34 anos com um diploma de ensino superior, direcionam-se para o reconhecimento de “experiência de adultos que estão a trabalhar há mais de 5 anos em empresas”, considerando essa experiência profissional para reduzir tempo de mestrados ou cursos superiores.

Esta “democratização do ensino superior” possibilitará ter mais pessoas qualificadas nas empresas, requerendo, até 2030, “um dobrar do investimento no sector da ciência e da educação”.

 

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