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“Parece que o Alentejo continua virado para um fatalismo medieval”, alterca Presidente do Município de Reguengos de Monsaraz (c/som)

“O alerta que vem do Alentejo”, foi o tema debatido no programa televisivo “Prós e Contras”, que teve lugar esta segunda-feira, dia 30 de outubro, em Reguengos de Monsaraz.

Liderados por Fátima Campos Ferreira, cidadãos, representantes do governo, de empresas e de instituições do Alentejo, debateram os principais problemas com que a região interior do país se depara, entre eles a seca prolongada, a desertificação e a falta de infraestruturas.

Após o debate, em declarações à Rádio Campanário, José Calixto, Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, afirma que “todos estamos «pró» Alentejo”, apesar de terem estado patentes na sessão “formas mais pessimistas de ver o Alentejo”.

“Há uma pluralidade de opiniões e eu defendi a minha”, afirma o autarca.

Existem atualmente empresários que investem nesta região, que “tem futuro e pessoas que lutam por ela”, registando-se muita evolução e alteração “face àquele Alentejo medieval de há 20 anos”.

O autarca aponta o “pedido de atenção urgente pelos poderes políticos” no sentido de serem implementadas, no Alentejo, as infraestruturas adequadas ao seu desenvolvimento, acrescentando a existência de “fundos comunitários à nossa disposição para execução desses projetos”.

“A boa notícia do Alentejo é o Alqueva”, afirma, acrescentado que no futuro têm que ser previstas situações em que este apresente “défices de caudal e de afluência de água”. Contudo, “não neguemos que essa reserva não se vai esgotar nos próximos dois anos”, declara, afastando a hipótese.

Questionado sobre a incidência do debate no tema Alqueva, em detrimento de outras questões relacionadas com o desenvolvimento da região alentejana, ao facto acrescenta a dissipação com a apresentação de alternativas à falta de água, nomeadamente a dessalinização de água.

“Perdeu-se aí um bocadinho a discussão, numa matéria estéril”, afirma, uma vez que a medida á insustentável e, portanto, não “aplicável à realidade portuguesa”. A título informativo, o autarca avança que, por metro cúbico, a água dessalinizada tem um custo de 0,50€, enquanto a água de Alqueva, tem um custo de 0,03€.

Tendo o programa acabado por se focar demasiado na temática da água, José Calixto diz que as oportunidades existentes no Alentejo foram descuidadas, nomeadamente “o paradigma do turismo”, a central hidroelétrica da Barragem de Alqueva e de Pedrógão, o sucesso obtido por empresários regionais. No caso específico do município de Reguengos de Monsaraz, o autarca realça o facto de, nos últimos dois anos, ter sido obtido o licenciamento de mais de 50 alojamentos locais, tendo-se registado uma inversão do ciclo de desertificação nas aldeias de São Pedro do Corval e de Santo António do Baldio.

 

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