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Terça-feira, Março 19, 2024

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Se o preço da carta de caçador e de licenças “estivesse facilitado para os jovens, haveria mais candidatos”, diz presidente da Fencaça (c/som)

Dados divulgados pelo ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas), apontam para uma diminuição do número de caçadores em Portugal, na ordem dos 40 mil titulares, nos últimos 7 anos, dos quais apenas 121 mil tiraram licenças de caça.

Em declarações à Rádio Campanário, Jacinto Amaro, presidente da direção da FENCAÇA (Federação Portuguesa da Caça), afirma que apesar de esta diminuição ser mais acentuada nas zonas do litoral, “o Alentejo não foge à regra”.

“Naturalmente”, explica, onde existe mais população e consequentemente um “maior índice de caçadores”, será registada uma maior descida.

Por outro lado, na região Alentejo, o grande enraizamento à terra e ao mundo rural, resulta “numa percentagem maior de caçadores por número de habitantes”. Contudo, “perdemos por causa da desertificação humana”.

As licenças de caça vendidas para o Alentejo são “na ordem das 12 mil, 13 mil”, avança, contudo, os números não refletem a população residente de caçadores, uma vez que que as licenças regionais podem ser obtidas por caçadores provenientes de todos os pontos do país.

No que concerne à idade dos caçadores, o presidente da FENCAÇA afirma que está a ocorrer “uma revitalização do setor”. A média de idades ronda os 60 anos, o que se traduz na existência de caçadores com 80 anos. “Estamos a dar a volta e a tentar equilibrar a média de idades”, declara, uma vez que “além da perda de caçadores, temos um setor com uma população muito envelhecida”.

Os custos da obtenção da carta de caçador e da licença de uso e porte de arma, surgem como um dos entraves à adesão de jovens à atividade, pois “estão caros”, não surgindo como uma “prioridade” para a família. “Se estivesse facilitado esse preço para os jovens, seguramente haveria mais candidatos”, defende, já existindo facilidades para os jovens nas licenças dos três primeiros anos de atividade. Gostaríamos que “para um jovem, a obtenção da carta de caçador e licença de uso e porte de arma fossem praticamente gratuitos ou um pagamento simbólico, e não são”.

Jacinto Amaro aponta ainda que se tem vindo “a assistir a um fenómeno”, nomeadamente em classes com ordenados acima da média nacional, que “aparecem a tornar-se caçadores aos 40 anos, quando já têm a família estabilizada”. Algumas vezes, inclusive, é o casal, que escolhe esta atividade “como lazer, como forma de vir pro campo e para a natureza”.

Importa mencionar que o custo da licença nacional que tem validade de um ano e permite caçar nas 5 regiões do país é de 65,37 euros. A licença regional tem um valor de 37,21 euros e a licença com validade de 5 anos, custa 35,20 euros para maiores de 25 anos. A emissão de licenças anuais para o exercício da caça rende anualmente aos cofres públicos, uma média superior a 5,5 milhões de euros.

 

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