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Terça-feira, Março 19, 2024

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Sobre a cessação do transporte a funcionários, Presidente de Alandroal diz que “a morte lenta não é opção para este concelho” (c/som)

As obrigações do empréstimo de 16,5 milhões de euros do Fundo de Apoio Municipal (FAM), contraído pela Câmara Municipal de Alandroal, correspondem a 20% do orçamento mensal da autarquia, rondando os 100 mil euros, a ser pagos a partir de outubro do presente ano. Para minimizar encargos para o município, entre outras medidas, o executivo cessou “qualquer tipo de transporte de funcionários”.

Em declarações à Rádio Campanário, João Grilo, Presidente da Câmara Municipal de Alandroal, diz que “estamos num momento em que tudo tem que ser revisto”, para minimizar despesas.

A “autarquia está numa situação de assistência financeira”, considerando o autarca que “o processo negocial (relativo ao FAM) podia ter sido conduzido de forma diferente”, garantindo “mais sustentabilidade ao município, mais recursos para investimento, isso não foi feito”.

A cessação do transporte de funcionários, surge como uma medida que “ninguém gosta de tomar, nem a toma sem saber que afeta a vida das pessoas […] embora não haja nenhum enquadramento legal que justifique e permita esse tipo de serviço”, e a Câmara de Alandroal seja das poucas que ainda conferia este apoio, “pessoalmente não conheço mais nenhuma que fizesse isso”, afirma.

Questionado sobre o encargo representado, o autarca aponta que anualmente “podia chegar a duas prestações mensais do FAM”, ou seja, cerca de 200 mil euros.

Urge assim tomar decisões direcionadas para a sustentabilidade do município, no “caminho de reequilíbrio muito sério, temos que pôr em cima da mesa todas as possibilidades, e esta era inevitável”.

Não registando impacto da medida na comparência dos funcionários, o autarca avança estar a ser negociado “com a rodoviária um protocolo especial que permita alguns descontos nos passes de transporte público para os funcionários”.

Esta revisão de contas possibilitará “canalizarmos recursos para devolvermos à população”, pois as dificuldades financeiras do município não podem “sacrificar a educação, ação social nem o investimento no concelho”.

João Grilo assevera que “esta é talvez a última oportunidade que este concelho tem de fazer os investimentos certos para se projetar na região e poder afirmar-se como um concelho em desenvolvimento”, em que se regista aumento populacional, criação de receitas e entrada de impostas. A outra opção é “ficar estagnados a ver as coisas acontecer”.

Não considerando a última, o autarca reitera que tudo será feito “para renegociar e colocar o concelho no caminho do desenvolvimento, porque a morte lenta não é opção para este concelho”.

 

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