Na passada sexta-feira, dia 25 de agosto, a Capela do Paço Ducal de Vila Viçosa, recebeu um recital de piano, interpretado por Ana Beatriz Ferreira e promovido pela Fundação da Casa de Bragança.
Maria de Jesus Monge, Diretora do Museu-Biblioteca da Fundação da Casa de Bragança, falou à Rádio Campanário sobre o recital de piano desta “muito jovem pianista”.
Sendo uma pianista que já recebeu muitos prémios e que já conta com “participação em grandes concertos”, trouxe à capela “um programa clássico”, apresentando peças de Ludwig von Beethoven, Franz Liszt e Claude Debussy, programa que, declara a diretora, “temos a certeza que vai fazer vibrar, mais uma vez, as paredes da Capela do Paço Ducal”.
Maria de Jesus Monge aponta que, no verão, a presença de turistas no território, leva aos eventos “um público diferente”, daquele que é registado no período de inverno.
Refere ainda que em Portugal, se tem vindo a assistir, nos últimos anos, “a um grande renovar da música clássica”, suportado pela “formação de excelentes executantes”, nos vários conservatórios regionais, que têm vindo a “renascer”
Esta formação, tem possibilitado “trazer ao grande público, pela mão de portugueses, o melhor do reportório internacional”.
Jovens, como a Ana Beatriz Ferreira, estudam no estrangeiro, trazendo depois para Portugal, “o melhor dos conhecimentos que apanham lá fora”.
Margarida Rebocho, agente da Ana Beatriz Ferreira, falou à Rádio Campanário sobre o percurso musical da pianista que, desde os primeiros passos na música, revelou “um grande talento e uma enorme tendência para virtuosismo”.
Tendo um percurso cheio de marcos, Ana Beatriz Ferreira terminou o curso geral de piano, no Conservatório Nacional de Lisboa, “com a classificação de 20 valores”, sucesso pelo qual recebeu o Prémio de Mérito do Ministério da Educação. Tendo prosseguido os estudos em Londres, na Royal College of Music, encontra-se atualmente a fazer doutoramento na Cardiff University, tendo conquistado uma bolsa que é atribuída a apenas dois alunos, por ano.
Com 26 anos de idade, tem vindo a desenvolver todo um percurso relacionado com a música clássica, tendo já “uma carreira muitíssimo interessante”, diz Margarida Rebocho.
De realçar ainda na carreira de Ana Beatriz Ferreira, é o facto de ter feito a “estreia internacional do Concerto para Piano e Orquestra op. 52, de Joly Braga Santos”, peça que tinha sido tocada apenas uma vez em Portugal, e que não possuía nenhuma gravação. O concerto “estava esquecido na Biblioteca Nacional”, avança, e a Ana Beatriz “estreou-o em Londres, com grande sucesso por parte da crítica britânica”, sendo atualmente editora revisora do mesmo.
Atualmente, encontra-se “prestes a gravar um CD, com obras, sobretudo, do século XX”, encontrando-se envolvida em novos projetos que envolvem o seu Doutoramento. “O seu trabalho é uma redescoberta deste grande compositor português” (Joly Braga Santos), considerado internacionalmente como “um dos melhores 100 compositores do século XX”.
{gallery}vv_piano_capela{/gallery}
