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Sábado, Abril 20, 2024

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Inauguração da Festa da Vinha e do Vinho em Borba. Um certame que se tem vindo a “consolidar” (c/som e fotos)

Decorreu este sábado, pela manhã, a inauguração da 25ª edição da Festa da Vinha e do Vinho que decorre até ao próximo dia 13 de novembro na cidade de Borba, no distrito de Évora.

Um certame que conta com mais de uma dezena de produtores de vinho de vários concelhos, com venda e degustação de inúmeras marcas. Além da promoção do vinho, a Festa da Vinha e do Vinho contribui também para a promoção da gastronomia local e regional, os produtos regionais, como os enchidos, queijos, azeites e a doçaria, além do artesanato, equipamentos e serviços vitivinícolas, mostra empresarial e institucional, com um conjunto alargado de expositores oriundos de todo o país.

No que diz respeito às presenças musicais, sobem ao palco os Virgem Suta, The Lucky Dukies, Átoa, Tais Quais e José Malhoa.

A Rádio Campanário esteve presente no momento inaugural e falou com o presidente da Câmara Municipal de Borba, António Anselmo que referiu que desde 2013, a festa tem tido “uma evolução nitidamente positiva, salientando que quando tomou posse na autarquia borbense, entendeu que deveria haver algumas mudanças e passar a secção dos vinhos para a parte de baixo do pavilhão “junto à restauração, e foi uma aposta ganha. A seguir temos tido, gradualmente, uma afluência maior de produtores de vinho, que é sinal de que eles acreditam e os restaurantes são os de Borba e os produtos genuínos do Alentejo e de Borba”.

Sublinha que devido ao facto de as entradas não serem pagas, levou a que tenha sido devolvida a festa a Borba “e chamamos mais pessoas porque ninguém paga nada à entrada”, considerando que outra forma de atrair mais pessoas, passa por “uma maior aposta nos espetáculos”.

Instado sobre no discurso, aquando da cerimónia de inauguração, ter proferido que esta festa tem vindo a sofrer algum decréscimo, refere que esse facto tem a ver com “o nível de investimentos, porque Borba está numa troika dentro da troika e é evidente que nos últimos anos não se podia gastar muito dinheiro. A partir do momento em que as coisas começaram a estar equilibradas, em termos económico/financeiros do concelho, é evidente que tudo o que seja uma aposta grande no concelho vale a pena e é o que estamos a fazer este ano”.

O autarca diz ainda que a Festa da Vinha e do Vinho, tem vindo a consolidar-se, pretendendo se essa consolidação que se regista “há dois anos”, seja “cada vez maior”.        

Benjamim Espiguinha, vereador do Município de Borba pelo PSD recordou a esta Estação Emissora os primeiros anos do evento e afirma que “houve uma evolução” mas que a seu ver “parou quando a festa passou para este espaço onde nos encontramos e acho que esta festa resulta mais se for apenas num piso”, salientando que “os melhores anos foram nas instalações onde hoje se situam as piscinas cobertas (…) mas também vivíamos outros tempos, hoje em dia, penso que, infelizmente, estamos a assistir a um declínio desta Festa da Vinha e do Vinho”.

Acrescenta que “era importante a câmara procurar alternativas para este espaço para evitar esta escadaria que acaba por ser impeditiva, de resto, pelo que tenho visto, tem sido feita uma boa divulgação, o vinho é importante (…) mas para que a Festa da Vinha e do Vinho volte a ser o que era, era importante criarmos outras condições. Podemos utilizar este espaço, mas tentar centralizar tudo num único piso”.

Joaquim Serra, vereador eleito pela CDU no Município de Borba declarou que nos primeiros anos houve “uma afirmação da Festa da Vinha e do Vinho até à 10º edição, a partir daí, houve um decréscimo. Há três, quatro anos a esta parte, houve uma tentativa de reabilitar a festa e penso que está a ser conseguido, mas penso que este ano perdemos a oportunidade dos 25 anos e de fazermos uma coisa ainda mais forte do que aquilo que está previsto, mas como todas as feiras e festas, elas têm altos e baixos e a conjuntura económica  também tem influencia, mas penso que 25 anos é de louvar e é de saudar e que exista ainda vontade de continuar a desenvolvê-la, assim os agentes económicos ligados ao setor contribuam e estejam disponíveis para parcerias com a câmara”.

Rui Sá, da Concelhia de Borba do Partido Socialista, que também esteve presente no momento inaugural da Festa da Vinha e do Vinho, declarou que à semelhança do que foi dito por alguns intervenientes na cerimónia de inauguração, o certame “tem tido pontos altos, tem tido alguns pontos baixos, mas penso que acima de tudo é muito positivo manter esta festa da Vinha e do Vinho, talvez neste momento, também como disse o senhor presidente da câmara, penso que talvez esteja numa trajetória um pouco descendente e seja necessário reformular alguma coisa, (…) mas o que é positivo acima de tudo, é manter a tradição e não deixar que a Festa da Vinha e do Vinho, que este ano faz 25 anos, daqui saia, independentemente das câmaras, porque isto é de Borba, foi criado em Borba e é aqui que se deve manter”.

António Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, referiu que “é um certame muito interessante porque para além de ser um evento como tantos outros, que existem por esse país fora e pela região, este é temático, ligado ao produto endógeno que é o vinho e que tem aqui muita expressão, quer com a Adega Cooperativa, quer com outros produtores e é um produto essencial em toda a promoção e afirmação do destino Alentejo”.

Avança que a Entidade Regional de Turismo do Alentejo em conjunto com a Comissão Vitivinícola Regional e com os produtores de vinho e o enoturismo, estão a “estruturar o produto enoturismo”, o que significa que será criado “um guia, um manual, uma plataforma digital”, no fundo, “uma revolução” para ajudar “e incentivar os enoturismos”, já que alguns “ainda não têm” esse meio de divulgação e outros poderão “melhorar as suas infraestruturas através de financiamento do Turismo de Portugal”, acrescentando que esta feira “conjuga-se perfeitamente neste tipo de atributos e de ações que temos vindo a desenvolver e é sempre bom porque são dez dias que atraem muito público, muitos turistas, muitos visitantes, que à volta do vinho e da justificação do vinho, visitar o Alentejo e voltar um dia”.

António Costa da Silva, deputado na Assembleia da República eleito pelo circulo de Évora do PSD, referiu à Rádio Campanário que se trata de um evento muito importante do distrito de Évora e ao comemorar 25 anos é “um período histórico e uma vida muito longa de uma iniciativa muito importante na área do vinho, mas também de um produto fundamental da nossa região que é a gastronomia”.

Salienta que representa “o trabalho desenvolvido por muitos autarcas e quando às vezes se critica as iniciativas locais, o que acontece é que temos estes símbolos do nosso território que marcam uma presença para alem do nosso território e a festa da Vinha e do Vinho de Borba, é um dos produtos que deu notoriedade ao produto vinho, que é um produto da nossa identidade regional”.

O deputado diz ainda que apesar de ser uma iniciativa de Borba, “ultrapassa este concelho” porque “promove o Alentejo, promove o vinho alentejano, mas promove todo o nosso vinho e isso é fundamental para quem quer afirmar um território”.

Manuel Condenado, presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, presente na cerimónia inaugural, felicitou “o Município de Borba e os parceiros que estão associados a esta iniciativa, porque é muito interessante e é um percurso em que havido progressos”. Salienta que tem acompanhado “de perto”, porque “é um município vizinho, amigo”, fazendo votos para que “esta iniciativa que promove o concelho de Borba, tenha continuidade e que, de certo modo, Vila Viçosa também tem alguns ganhos quando os municípios vizinhos têm iniciativas que promovem os respetivos concelhos”, já que estão também “a promover a região e isso é de enaltecer”.

Questionado sobre a marca em que o concelho de Vila Viçosa aposta, o autarca diz que Vila Viçosa “tem algumas características muito especificas e aquilo que nos últimos tempos se tem vindo a afirmar como marca relaciona-se com o setor do turismo, embora não possamos esquecer nunca que o mármore é a principal atividade, e continua a ser o motor da economia local de Vila Viçosa, mas temos que virar um pouco a agulha para o setor do turismo”.

Acrescenta que a grande aposta, “é nesse setor” e através de análise realizada, “nos últimos meses, em Vila Viçosa, o número de turistas tem aumentado exponencialmente e é por aí que temos que ir com a candidatura a Património da Humanidade”.

Manuel Condenado afirma que o que poderá vir a ser desenvolvido, relaciona-se com “o turismo e o setor dos mármores”, avançando que num futuro próximo possa ser equacionada “uma nova feira do mármore em Vila Viçosa, reativar aquela que foi a FIMAL, que muito êxito teve, mas associando também ao setor do turismo. Penso que mármore e turismo é um casamento feliz e pode ser um fator de desenvolvimento para o nosso concelho”.

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