Decorreu no Palacete dos Melos em Borba, o 16º Encontro Distrital de Deficientes.
A iniciativa, que teve início pelas 14h30 de sábado, dia 5 de dezembro, contou a presença de uma boa moldura humana e de diversas entidades, a que a Rádio Campanário compareceu.
Em declarações a esta Estação Emissora, o presidente da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), Joaquim Cardoso, falou sobre a importância do encontro, referindo que “nos últimos anos a inclusão tem retrocedido objetivamente, a inclusão não é uma coisa que se faça por miragem, exige um conjunto de requisitos dos quais são essenciais a saúde e a educação”.
Joaquim Cardoso evidencia que pode haver dinâmicas, “pessoas que influenciem a integração das pessoas com deficiência, mas se calhar eu segui um exemplo muito antagónico, (…) eu valorizo as condições concretas do contexto conducentes à inclusão, naturalmente que eu comecei por ser um dos debatentes da primeira lei sobre reabilitação (…) fui participante nos debates e intervenções, às vezes com uma certa dureza quando era necessário (…) a inclusão não é um milagre, é uma construção partindo da declaração universal dos direitos do homem”.
O presidente da APD refere que este encontro pretendia “agregar deficientes do distrito e da região Alentejo, fizemos muitos contactos com as comunidades intermunicipais, mas infelizmente há hoje um grande afastamento das questões sociais, hoje grande parte do poder local não está afeto a inscrever na sua agenda a inclusão”.
Questionado sobre a ausência de pessoas com deficiência no encontro, Joaquim Cardoso diz que “elas não podem vir porque não têm transporte, e muitas delas não vêm porque não estão mobilizadas, as pessoas vivem isoladas e não têm um ponto de apoio (…) porque as pensões são baixas e há um grande desencanto e até medo de participar por cauda de retaliações”.
O presidente da Câmara Municipal de Borba, António Anselmo que compareceu ao 16º Encontro Distrital de Deficientes, salientou a importância do evento “pela divulgação e que os deficientes através de congressos ou reuniões se encontrem uns com os outros e acima de tudo percebam o que se pode fazer (…) o deficiente cada vez está mais integrado e acima de tudo esse tipo de encontros é importante para eles contarem experiencias e saber o que os Governos centrais e locais podem fazer”.
