Há mais de 3 anos, um surto de COVID-19 assolou o lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, localizado em Reguengos de Monsaraz, em junho de 2020.
Este incidente permanece vivo na memória daqueles que vivem e trabalham na instituição.
Na época, várias informações sobre o funcionamento da instituição vieram a público, e muitos questionaram sua veracidade.
O Conselho de Administração do lar acredita que é hora de fazer justiça e processam a Ordem dos Médicos por difamação.
Vinte e três pessoas assinaram a ação da Fundação, que foi recentemente apresentada ao Tribunal Administrativo de Lisboa. Pedem uma indemnização de 2.250.000 euros pelos danos causados, que afetaram nomeadamente a saúde o equilíbrio emocional a imagem e honra da instituição
Os danos resultaram de declarações feitas pelo ex-Bastonário Miguel Guimarães e do relatório produzido pela Ordem dos Médicos, que culpava os gestores do lar de falta de condições sanitárias que teria levado à propagação do surto provocando a morte de 17 idosos e uma funcionária.
O relatório da Ordem dos Médicos imputava as mortes à desnutrição e desidratação, apesar dos relatórios de óbito indicarem claramente que a causa das mortes estava relacionada com a infeção por COVID-19.
A Fundação alega que a Ordem dos Médicos concluiu o inquérito com um relatório falso, insinuando violações de regras na gestão do surto.
Em maio deste ano, o Ministério Público decidiu arquivar o inquérito às denúncias de más práticas durante a pandemia. O mesmo relatório afirma que não havia provas de crimes, o Ministério Público considerou que os comportamentos dos dirigentes médicos e assistentes sociais envolvidos eram éticos.
A ação visa repor a reputação da Fundação e de todos os envolvidos, e inclui como testemunhas no processo a Ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, a ex-Ministra da Saúde, Marta Temido, e inspetores da Polícia Judiciária e da Inspeção Geral das Atividades em Saúde.