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Sexta-feira, Setembro 27, 2024

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25 anos depois…Espanha vai mesmo pagar água portuguesa retirada do Alqueva

Portugal e Espanha anunciaram hoje, 27 de setembro, os princípios de entendimento para o Rio Tejo e para o Baixo Guadiana, no âmbito da gestão dos recursos hídricos partilhados entre os dois países, avança o Governo em comunicado.

No evento comemorativo dos 25 anos da Convenção de Albufeira, em Aranjuez, presidido pela Ministra espanhola da Transição Climática e Desafio Demográfico, Teresa Ribera, a Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, anunciou o compromisso de garantir caudais diários, a partir da Barragem de Cedillo, para a manutenção dos caudais circulantes do rio Tejo. Os volumes diários para os caudais serão agora definidos nas próximas reuniões técnicas entre as entidades portuguesas e espanholas.

“Acabaram os dias de caudal zero no rio Tejo. Este é um passo há muito desejado por Portugal. Com este entendimento, resolvemos uma questão pendente, que estava há mais de duas décadas por resolver e que vai garantir estabilidade e consistência, dois requisitos fundamentais para uma gestão sustentável dos recursos hídricos e para a saúde dos ecossistemas”, referiu Maria da Graça Carvalho.

Os termos anunciados pela Ministra do Ambiente e Energia foram formalizados na XXV Plenária da Comissão para a Aplicação e o Desenvolvimento da Convenção de Albufeira (CADC), que decorreu a 26 de setembro, em Madrid.
A reunião resultou igualmente no compromisso de Portugal e Espanha nos seguintes princípios:

  1. Na definição dos caudais do troço final do Guadiana, será dada prioridade ao bom estado do estuário do Guadiana, sendo criado um programa de acompanhamento que permita monitorizar este regime e os seus eventuais impactos. Os caudais que fiquem disponíveis para usos socioeconómicos poderão ser utilizados, em partes iguais, pelos dois países.
  2. A garantia dos dois países de viabilizar a captação de água do Pomarão e de Bocachanza, um reconhecimento que permite a Portugal avançar com este projeto para aumentar a resiliência hídrica na região do Algarve e no Alentejo, através do Pomarão.
  3. Em relação ao Alqueva, finalmente Portugal e Espanha chegaram a um compromisso, ao fim de 25 anos: os utilizadores espanhóis que têm acesso à água, na margem esquerda da Barragem irão pagar esse serviço nas mesmas condições dos utilizadores portugueses.
    “O resultado deste trabalho que tem vindo a ser realizado nos últimos meses é um princípio de acordo que dá prioridade à componente ecológica, não esquecendo o consumo humano e outros usos socioeconómicos. Estou muito satisfeita com o desenrolar das negociações e por demonstrarmos que somos capazes de trabalhar em conjunto para o futuro dos dois países, num tema tão essencial como os recursos hídricos”, referiu Maria da Graça Carvalho.

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