As exportações portuguesas de cortiça atingiram um marco histórico em 2023, atingindo o valor recorde de 1,232 milhões de euros, revelou a Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR) em um comunicado. Este novo recorde representa um crescimento significativo de cerca de 2% em comparação com o ano anterior, consolidando a posição do setor como um dos motores-chave da economia nacional.
A APCOR destacou que, pelo terceiro ano consecutivo, a balança comercial ultrapassou a marca dos 900 milhões de euros, atingindo os 938 milhões de euros. A taxa de cobertura das importações pelas exportações alcançou 4,2 vezes, refletindo a robustez do desempenho do setor no mercado internacional.
As exportações para os Estados Unidos foram particularmente notáveis, atingindo a marca de 214 milhões de euros. Este valor representou a primeira vez na história em que as exportações ultrapassaram os 200 milhões de euros, consolidando a posição de Portugal como o segundo maior exportador de cortiça, atrás apenas da França e à frente de países como Espanha, Itália e Alemanha.
Um destaque adicional foi o papel preponderante das rolhas de cortiça nas exportações, sendo o principal produto em valor. As exportações deste produto cresceram 2,1%, ultrapassando pela primeira vez a marca dos 900 milhões de euros.
João Rui Ferreira, secretário-geral da APCOR, expressou a sua satisfação com os resultados, afirmando que “estes resultados confirmam a resiliência das nossas empresas, suportada pela performance dos seus produtos e pela estratégia de valorização de toda a fileira”. Observou ainda que o setor, que exporta mais de 90% da sua produção, está sujeito à conjuntura internacional, destacando a necessidade de adaptação às mudanças nas cadeias de abastecimento e na procura global.
A APCOR enfatizou a singularidade da cortiça do ponto de vista de suas credenciais técnicas e ambientais, destacando a sua preferência entre profissionais e consumidores. O setor também foi elogiado pelo seu alinhamento com os desafios globais, especialmente em termos de sustentabilidade e economia circular.
Apesar dos desafios da conjuntura global, a perspetiva para o setor é otimista. João Rui Ferreira concluiu afirmando que, para consolidar a liderança mundial, será crucial reforçar os programas de promoção internacional e continuar a investir no desenvolvimento tecnológico do setor.
Fonte: Tribuna Alentejo