O colectivo Climáximo, que luta pela justiça climática, convida a população a estar presente no restaurante Veg & Tal, em Sines, no dia 10 de Abril, às 15h30 para saber o que foi a greve verde de Sines. Nesse dia as pessoas que organizaram e algumas pessoas que estiveram presentes na greve verde de Sines vão partilhar o que foi, como se organizaram e o que atingiram com as suas acções.
Na década de oitenta, na sequência da muita poluição e descargas de esgotos industriais, no mar, a comunidade local organizou-se e além dos protestos, os pescadores bloquearam os petroleiros durante longas horas, impedindo-os de chegar ao porto de Sines. A actividade económica da vila foi totalmente paralisada pois a população mobilizou-se em peso para apoiar a desobediência civil dos pescadores.
Na greve verde Sines, além da acção de bloqueio dos pescadores, existiram outras iniciativas e houve muita mobilização popular para lutar pelo que é de todos. Isto inspirou o Climáximo a convidar as pessoas que organizaram a greve verde, para partilharem a sua experiência, contarem como se organizaram e o que aconteceu.
“Passados quase 40 anos da greve verde e em tempos de crise climática é fundamental ouvirmos quem se organizou com sucesso e entendermos como podemos aproveitar essa experiência para, no contexto actual, combatermos a crise climática. Vivemos na década decisiva para agir e impedir que a temperatura média do planeta ultrapasse os 1.5ºC de aquecimento. Cumprir este objectivo significa conter o degelo no Ártico e ondas de calor mortais, significa evitar a extinção em massa de espécies animais e vegetais, significa salvar milhões de vidas”, refere Leonor, activista do Climáximo.
No próximo dia 10, além da conversa, irão ser partilhados alguns vídeos da época onde se entenderá melhor o impacto que esta acção teve na população. Com a presença das pessoas que organizaram a greve verde de Sines, este evento será uma excelente oportunidade para a população conhecer o que aconteceu em Sines na década de 80. Além das pessoas organizadoras estarão presentes, também, pessoas que viveram a greve verde em terra e que apoiaram, nas ruas, a luta dos pescadores.
Este evento está a ser organizado no âmbito do “acampamento 1.5”, que acontecerá entre os dias 6 e 10 de Julho, em Melides. “Este será um acampamento de acção que pretende denunciar e mostrar o impacto negativo que o capitalismo tem no litoral alentejano. Este impacto reflete-se por ter a infraestrutura com mais emissões em Portugal – a refinaria da Galp – nas monoculturas e estufas em Odemira, nos campos de golf e resorts de luxo que estão a ser construídos no litoral, na seca crónica que assola a região e na falta de transportes públicos. O porto de Sines, que importa gás fóssil e que transporta animais vivos por milhares de quilómetros também será o nosso foco” – anuncia João, activista do Climáximo.
Fonte: Nota de Imprensa