Foi há 50 anos que Inês Jeremias adquiriu a sua mercearia na vila do Redondo.
O estabelecimento, chamado “Fim do Mundo” tem “garantidamente mais de 100 anos” e conserva todas as prateleiras originais, diz Inês Jeremias, de 90 anos, que ali trabalha sozinha desde a morte do seu marido.
Com uma jovialidade contagiante, levanta-se todos os dias às 6 da manhã para abrir as portas “das 7 às 7”, como a própria refere. Em conversa com a Rádio Campanário menciona uma diminuição da clientela em anos recentes, com o qual não se mostra preocupada, descrevendo-a como “uma família” que a ajuda a nunca se sentir sozinha.
“O meu pai criou-me para trabalhar desde pequena.(…) Estar sentada um dia inteiro não faz sentido para mim. (…)Parar é morrer.” diz a dona Inês entre sorrisos.
A proprietária, de 90 anos de idade, acredita que o que faz é uma missão para com a sua comunidade e acrescenta que trabalha “para os que cá ficam”.
O “Fim do Mundo” foi assim batizado aquando da sua criação, já faz mais de 1 século e Inês Jeremias explica o que acredita ter sido a razão para a escolha de um nome tão fatídico.
Vem de “quando o estabelecimento foi feito. Isto era a ponta do Redondo(…)o fim do Redondo”, dizendo que nada se encontrava para lá da mercearia.