O deputado João Oliveira, eleito pelo círculo de Évora da CDU à Assembleia da República, no seu comentário desta quarta-feira, 20 de fevereiro, abordou aos microfones da Rádio Campanário a problemática da greve dos profissionais de enfermagem e a moção de censura apresentada pelo CDS-PP ao Governo.
Abordando a problemática da greve dos profissionais de enfermagem, João Oliveira diz que “existe um parecer da procuradoria geral da república, que o governo acabou por homologar, que existem vários elementos que apontam para a ilicitude desta greve”. “Temos de fazer uma leitura ponderada e cuidada deste parecer (…) a procuradoria geral fala na falta de correspondência com o pré-aviso de greve, na forma de financiamento”. Quando questionado pela Campanário sobre a complexidade deste processo, João Oliveira diz que“é um parecer muito complexo, que tem implicações muito grandes e tem de ser visto com muito cuidado, para que uma situação concreta não crie limitações no exercício do direito á greve que sejam absolutamente inaceitáveis”.
João Oliveira, referiu à RC que “nós achamos que as reivindicações dos enfermeiros são justas e correspondem a muitas propostas que o PCP tem apresentado, no entanto a greve que foi convocada por aqueles três sindicatos (que não são os mais representativos) levantou-nos sempre muitas dúvidas. Isto punha em confronto o exercício do direito á greve e os direitos essenciais das pessoas”. “Quem de forma aventureira empurrou os enfermeiros para esta situação agora não sabe como é que vai sair dela. Uns anunciam a suspensão, outros anunciam greves de fome”.
O deputado considera que “são situações inconcebíveis e completamente inadequadas e revelam o aventureirismo de quem lançou os enfermeiros nesta situação”. “Não existem um propósito de luta nesta greve, aquilo que houve foi o lançamento dos enfermeiros numa aventura, que suscitava todo este tipo de preocupações, e em vez de terem as suas justas reivindicações a serem defendidas foram lançados numa aventura que começa a ter este desfecho”.
João Oliveira aproveitou ainda os microfondes da Rádio Campanário para manifestar o seu desejo “para que os enfermeiros com os seus sindicatos encontrem uma solução para intervir junto do governo para que as suas intenções não saiam secundarizadas”, manifestando o seu receio “que o governo possa vir a aproveitar esta situação, não apenas para secundarizar estas reivindicações dos enfermeiros, mas também indo mais longe com limitações no direito á greve”.
O deputado finalizou este assunto dizendo que “aqueles três sindicatos só se preocuparam em causar a maior moça possível ao serviço nacional de saúde, como se iria sair desta situação nunca foi um problema”.
Quando questionado pela Campanário sobre a moção de censura apresenta pelo CDS-PP ao Governo, João Oliveira diz-nos que “uma moção de censura que é apresentada a poucos meses das eleições não pode ser levada a sério, destina-se à disputa do espaço político à direita. O CDS-PP procura ganhar espaço ao PSD”. “Toda a gente sabe que o que o CDS quer é diferente daquilo que o PCP quer, e isto não passa de uma encenação do CDS”.