O cometa Neowise, visível a olho nu, é a “surpresa do ano” para os astrónomos.
Em março, foi revelado que a 23 de julho será o dia que estará mais próximo da Terra, mas a uma distância “segura”.
C/2020 F3 é o nome verdadeiro daquele que todos já tratam por cometa Neowise. Este nome surge devido ao telescópio espacial da NASA que o descobriu, a 27 de março deste ano, quando passava junto ao Sol. A sua descoberta, com mais de metade do mundo em confinamento, foi “a surpresa do ano”, reconheceu o astrónomo Gilles Bergond, do Observatório de Calar Alto, em Almería, ao jornal La Vanguardia.
O cometa Neowise será visível durante todo o mês de julho no hemisfério norte, em especial entre os dias 22 e 23, altura em que fará a sua maior aproximação à Terra, ficando a apenas 103 milhões de quilómetros. De acordo com a NASA, o cometa será visível 10 graus acima da linha do horizonte noturno.
Este é o primeiro cometa visível em 2020 e, por onde passa, deixa imagens impressionantes da sua abordagem à Terra. “Vale a pena acordar cedo, porque é um verdadeiro espetáculo. Ainda pode ser visto, de madrugada, a partir das 4h00 e até o Sol nascer (hora de Portugal continental), mas com o passar dos dias vai começar a perder o brilho “, afirmou Bergond, acrescentando que “continua muito perto do sol”, sendo possível observá-lo durante meia hora. E é tão brilhante, que mesmo com as luzes das cidades será fácil identificá-lo no céu.
A 23 de julho, segundo a NASA, o objeto estará mais próximo da Terra, mas, mesmo assim, passará a uma distância “segura”. Nos dias 19, 20 e 21 de julho, o cometa passará a ser visível ao início da noite, a partir das 22h00, perto da Ursa Maior.
Feita a travessia pela Terra, o cometa continuará a sua órbita pelo sistema solar, sendo que uma próxima passagem está prevista só para daqui a 6.800 anos. Razão suficiente para Gilles Bergond reafirmar que é preciso “aproveitar o momento e o bom clima deste verão para detetar um objeto tão espetacular quanto este, facto que não ocorre desde 1997, com o cometa Hale-Bopp”.
Segundo a Dark Sky Alqueva, a imagem, captada por Miguel Claro, “revela num disparo único o cometa Neowise C/2020 F3, durante a madrugada de 10 de julho enquanto se elevava acima dos campos dourados do Dark Sky® Alqueva, no Alentejo, com a vila de Monsaraz visível no topo da colina em pano de fundo. Este viajante interplanetário brilha assim intensamente no lado esquerdo deste retrato crepuscular, exibindo uma longa cauda difusa mas bem visível. O cometa ficou tão brilhante nos últimos dias, que pode agora ser visto a olho nu, embora seja sempre preferível recorrer a um par de binóculos ou a tele-objectivas para registar este espectáculo celeste incrível”.