12 C
Vila Viçosa
Segunda-feira, Novembro 25, 2024

Ouvir Rádio

Data:

Partilhar

Recomendamos

Estremoz: Vendas online da adega Howard’s Folly cresceram “cerca de 200%” e abriu mercados para o estrangeiro durante o confinamento (c/som e fotos)

No centro da cidade de Estremoz nasceu em 2018 a Howard’s Folly, uma adega urbana, dedicada à produção de vinhos premium.

Este projeto foi criado pelo empresário e colecionador de arte Howard Bilton (baseado em Hong Kong), e pelo enólogo australiano David Baverstock.

A Howard’s Folly, para além de produzir vinhos, também também reúne arte e caridade, a fim de apoiar crianças carentes, através da Sovereign Art Foundation, criada pelo próprio Howard Bilton.

A Rádio Campanário foi conhecer o espaço e falou com o enólogo residente Pedro Furriel.

Questionado sobre como foi o trabalho da adega durante o período de confinamento devido à COVID-19, o enólogo explicou que houve uma adaptação à nova realidade, através do aumento das vendas online e pela descoberta de novos mercados “que felizmente encontrámos e agora vai passar tudo muito por essa nova adaptação”.

Durante esse período, devido ao fecho de lojas o público começou uma procura online pelos produtos, o que levou a um aumento de “cerca de 200%” na loja online.

“Vendemos mais que antes do período pandémico e as vendas mantêm-se, porque o público assim tem mais contacto connosco e vêm falar diretamente para aconselharmos que tipo de vinho deve usar”, explica.

Com esta aposta no mundo online o público do Howard’s Folly também cresceu e foram abertos “outros mercados como nos Estados Unidos, Canadá, Bélgica, Holanda”. Sendo que, segundo Pedro Furriel, “a maioria dos compradores são estrangeiros, a Inglaterra é o nosso principal mercado e também o asiático e o Brasil”.

Relativamente aos requisitos para que seja feito um bom vinho, o enólogo esclarece que a “boa matéria prima” é essencial, “depois é tentar aproveitar tudo de bom que a uva nos pode dar e tenta transportá-la para o vinho, mas precisamos também de um bom clima, de um bom solo e ter alguma tecnologia e ter alguma paixão porque todos os anos fazemos um produto novo”.

Sobre o novo vinho deste ano que sairá entre setembro e novembro, revela que “estamos a prever ser um vinho muito fresco, com um grau alcoólico mais baixo, com boa composição aromática, com uma acidez natural e muito completo e equilibrado”.

As vinhas da Howard’s Folly localizam-se em Portalegre, mais concretamente na Herdade da Tapada do Falcão, o que para o enólogo é “o futuro da viticultura no Alentejo”. Explica que “devido a estas alterações climáticas Portalegre tem um micro clima muito característico, são vinhas que estão em altitude, protegidas pela Serra de São Mamede. Em Portalegre chove a quantidade de água que nós queremos para a nossa cultura e as temperaturas são muito boas para a maturação da uva”.

Dependendo do ano a adega estremocense produz “tanto vinhos de lote como monovarietais. Também produzimos vinhos originários de vinhas velhas, que é uma mistura de castas na mesma vinha, no mesmo talhão, nós tentamos potencializar o que Portalegre tem de bom”.

Relativamente à adesão do público refere que o Sonhador e o Reserva são os que mais vendem, mas “este ano lançámos um Rosé e está a ter muito boa aceitação”.

Os vinhos Howard’s Folly distinguem-se dos restantes por “serem uvas originárias de Portalegre, [o que] faz com que nós produzamos um produto diferente e único e que consegue revelar bem as características de Portalegre”.

As uvas utilizadas para os vinhos são ainda compradas “a pequenos produtores, ou seja, são pequenas famílias que por gosto mantêm as vinhas e durante o fim de semana é o passatempo deles cuidarem das vinhas, então nós através de muita procura descobrimos essas vinhas”.

Quanto a uma aposta no enoturismo afirma que pretendem desenvolver essa vertente e que nesta “vindima estamos a preparar para fazer visitas à vinha, poder ajudar a colher a uva, a nossa vindima é toda manual, depois poderão fazer um pequeno piquenique na vinha ou vir para a adega e visualizar todo o processo”.

Populares