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Segunda-feira, Novembro 25, 2024

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Vila Viçosa: “Hoje é o meu primeiro dia de reformado, mas vim aqui para lutar pelos meus companheiros”, diz Carlos Lanzudo (C/SOM)

O Partido Comunista Português (PCP) realizou esta terça-feira, dia 1 de setembro, uma sessão pública na Praceta José Augusto Melrinho Rosado, em Bencatel, para reivindicar que não seja aplicado o corte de 15,2% às pensões dos trabalhadores das pedreiras reformados em 2019, devido ao fator de sustentabilidade, e que tenham o direto a receber o mesmo que os que se reformaram este ano, sem cortes. O Deputado eleito pelo círculo de Évora e Líder Parlamentar do PCP, João Oliveira, marcou presença e falou com as dezenas de trabalhadores das pedreiras.

A Rádio Campanário falou com Carlos Lanzudo, antigo trabalhador das pedreiras da ETMA e que passou à reforma exatamente no dia 1 de setembro, que contou que “meti os papéis para a reforma a 2 de julho deste ano e recebi a resposta na semana passada”, pelo que vai ser abrangido pela nova lei que suprime o Fator de Sustentabilidade.

“Rejeitei a reforma em dezembro do ano passado, por causa do corte na pensão, por causa do Fator de Sustentabilidade”.

O antigo trabalhador das pedreiras afirmou que marcou presença na iniciativa do PCP para “lutar pelos seus companheiros”, pois “os que se reformaram em 2019 devem também ter o Fator de Sustentabilidade eliminado. Eles têm tanto direito como eu”.

Carlos Lanzudo referiu ainda que até ao momento reformaram-se cerca de 17 trabalhadores da ETMA que atualmente “tem à volta de 80 trabalhadores”. Mas com esta nova medida, prevê que cerca de uma dúzia “vão sair”, sobretudo “se as condições [de trabalho] não melhorarem”, salientando que “os patrões deviam ter-se lembrado que os trabalhadores deviam ter outras condições anteriormente, porque é um setor com muitos riscos”.

O antigo trabalhador das pedreiras reivindica ainda “mais igualdades em relação aos salários” e conta que saiu do seu anterior trabalho porque “fazia o mesmo que outra pessoa e tinha desigualdades à volta de seis a sete mil euros em relação ao ordenado no fim do ano. É muito dinheiro”.

Apesar de estar na reforma, Carlos Lanzudo pensa arranjar uma atividade noutro setor, porque “tenho a minha mulher doente”. Até lá, vai trabalhando “no que vai aparecendo”.

Recorde-se que o Conselho de Ministros aprovou, na passada quinta-feira, o diploma que elimina o fator de sustentabilidade para as profissões dos regimes especiais no acesso à pensão em 2020, que têm uma idade de reforma inferior à do regime geral. Este diploma abrange profissões de desgaste rápido como os mineiros, trabalhadores de pedreira ou bailarinos profissionais. 

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