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“Gang das oliveiras” julgado por dezena e meia de assaltos em Beja

Foto: Lidador Notícias

Sete indivíduos de leste, com idades compreendidas entre os 20 e os 33 anos, estão acusados de furtos qualificados praticados em co-autoria material. Há ainda um oitavo elemento que não vai a julgamento que se realiza no Salão Nobre do antigo Governo Civil.

Conhecido como o “Gang das Oliveiras” em virtude dos seus integrantes terem vindo para Portugal trabalhar nas explorações agrícolas do Alentejo, realizaram vários furtos que visaram utensílios usados na agricultura, que depois introduziam nos referidos trabalhos, nomeadamente na apanha da azeitona, avança o Lidador Notícias (LN).

Um romeno e um moldavo estão em prisão preventiva desde aquela data. Um oitavo elemento, de nacionalidade romena, o mais velho do grupo, de 35 anos, acabou por não ser pronunciado para julgamento.

Depois dos assaltos na região Alentejo, o gang “diversificou” os locais e os alvos, tendo cometido furtos em vários pontos de Portugal e também em Espanha. Num dos furtos cometidos em Faro, foi levado um veículo pesado de mercadorias que era utilizado no transporte dos materiais subtraídos. Acreditam os investigadores que o valor dos furtos perpetrados entre agosto de 2011, em Caldas da Rainha, e fevereiro de 2019, em Faro, ultrapassa o meio milhão de euros.

Foi o furto do camião e um posterior carregamento efetuado entre Beja e Aljustrel, que denunciou o grupo depois de a viatura ter sido apanhada nas câmaras de filmar de uma empresa sediada no trajeto da EN 18. O camião foi encontrado dias depois num parque de estacionamento na zona desportiva da cidade de Beja, local que é utilizado pelas empresas de leste que fazem o transporte de cidadãos para trabalhos agrícolas na região.

A GNR avançou para o terreno depois de numa ação de fiscalização onde militares do posto de Ferreira do Alentejo abordaram uma viatura onde viajavam aqueles que são considerados com os cabecilhas do grupo, com diverso material furtado. Foi essa detenção e a confissão feita pelos dois homens que levou ao desmantelamento do gang.

Além do camião foram furtados veículos ligeiros de passageiros e de mercadorias, motas quatro rodas, motocultivadores, motosserras, varejadores, material informático, lubrificantes e combustíveis. Muitos dos materiais furtados foram remetidos para a Roménia e introduzidos no mercado negro, e o que foi encontrado nas buscas da GNR foi devolvido aos seus proprietários.

O julgamento será perante um Tribunal Coletivo, presidido pela magistrada Ana Batista e face ao número de arguidos, advogados e testemunhas, que quase supera a centena de pessoas, para cumprir as normas da Direção Geral de Saúde (DGS) devido à COVID-19, vai ocorrer no Salão Nobre do antigo Governo Civil, adaptado para o efeito.

É a primeira vez que um julgamento deste tipo se realiza fora do Palácio da Justiça de Beja, desde que o edifício foi inaugurado em 1951.

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