A Fundação Eugénio de Almeida (FEA) está a promover a 8ª edição do seu Dia Aberto, com um conjunto de atividades gratuitas, concebidas para dar a conhecer os espaços, as equipas, os projetos e o sentido da sua missão.
Integrados na iniciativa, a FEA organizou, na passada sexta-feira (dia 25) o primeiro concerto de sempre no Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, mais conhecido como a Cartuxa de Évora, com a atuação do músico e compositor Carlos Maria Trindade, antigo membro dos Madredeus e dos Heróis do Mar, que interpretou “Estados de Alma”, numa homenagem pública e de agradecimento às muitas instituições da cidade de Évora que estão, e estiveram, na linha da frente do combate à pandemia. Já no dia 26, realizou-se no Pátio de S. Miguel, o concerto “Vem devagarinho para a minha beira – Voz e Dois Pianos”, com Vitorino Salomé, Filipe Raposo e João Paulo Esteves da Silva, um projeto financiado pela Medida de Apoio à Comunidade Artística do Fundo Financeiro Extraordinário da FEA.
A Rádio Campanário marcou presença este sábado na iniciativa e falou com Maria do Céu Ramos, Secretária-Geral e Administradora Executiva da Fundação Eugénio de Almeida, sobre esta iniciativa.
A dirigente referiu que “no Pátio de S. Miguel é já habitual recebermos concertos e convidados e abrirmos as portas deste Pátio às múltiplas atividades, ao longo do ano, mas muito especialmente no Dia Aberto do FEA”
“O Dia Aberto é um programa que a FEA faz a pensar como renovar os laços e as propostas que tem com a cidade de Évora e com a sua comunidade e em cada ano, normalmente no final do mês de setembro, para ligar também com o Dia Europeu dos Doadores e Fundadores, que se comemora no dia 1 de outubro. Este ano o Dia Aberto sofre com os constrangimentos inevitáveis decorrentes das medidas sanitárias e de prevenção da pandemia e tivemos de ajustar o programa para assegurar que não há tanta gente em contacto, porque normalmente esta iniciativa é numa altura em que este e outros lugares da FEA se enchem massivamente, com milhares de pessoas. Este ano teve de ser menos gente, mas a qualidade do programa tem que ser a mesma ou maior”, explicou.
Sobre o primeiro concerto de música de sempre na Cartuxa de Évora, Maria do Céu Ramos afirmou que foi um espetáculo “inédito e pela primeira vez a Cartuxa abriu as suas portas a um concerto de música contemporânea. Esse concerto foi maravilhoso, num lugar de plena espiritualidade, foi um programa de inéditos do Carlos Maria Trindade, de uma enorme sensibilidade, de uma harmonia e de uma musicalidade extraordinária e eu penso que as paredes da Igreja da Cartuxa sorriram com a alma daquele concerto”, contando ainda que Carlos Trindade “tem uma forte ligação ao fundador desta Fundação, porque o seu pai era colaborador direto do Eng. Vasco Maria Eugénio de Almeida. E por isso foi muito tocante ouvir a última peça do concerto dedicado ao instituidor desta Fundação. Foi um momento muito bonito como também foi aqui no Pátio de S. Miguel”.
Questionada sobre uma possível continuidade dos espetáculos no Mosteiro da Cartuxa, a Administradora Executiva da FEA frisou que “é um lugar de espiritualidade e de vida cristã. A Ordem dos Cartuxos habitou aquele lugar desde a década de 50 até agora pela mão do Fundador da FEA e com o apoio da própria Fundação. Mas neste momento depois da sua saída de Évora, o espaço está a ser objeto de obras de requalificação, para que no próximo ano possa acolher uma comunidade religiosa feminina, também contemplativa, que dê vida àquele ermitério”.
“A Cartuxa é um centro de vida e de espiritualidade cristã e assim continuará a ser. Mas neste intervalo, entre a saída dos monges e a chegada das monjas, a FEA está a requalificar o lugar, está a dá-lo a conhecer à comunidade e a convidar a várias experiências de fruição, entre as quais o concerto de sexta-feira”, explicou.
Maria do Céu Ramos falou ainda sobre a Campanha da Vindima na Herdade da Cartuxa, dizendo que “ainda não terminou a vindima” e que “tem estado a decorrer com muita normalidade e com o cumprimento absoluto das regras de prevenção sanitária, para acautelar as centenas de pessoas que estão nas vinhas e na adega”. Sobre balanços desta campanha em relação a anos anterior, a dirigente esclareceu que “só no final é poderemos dar dados mais precisos se existiu quebra em relação a anos anteriores ou se tivemos uma campanha mais generosa”.