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COVID-19/Reguengos: Diretora-geral da Saúde diz que “não houve inação das autoridades” no surto do lar

Foto: SIM

Graça Freitas, falava na manhã de hoje na Comissão Parlamentar de Saúde, numa audição em conjunto com a Comissão de Trabalho e Segurança Social.

Questionada sobre os lares ilegais, Graça Freitas disse que apenas “os colegas no terreno conseguem identificar essas situações”, mas sublinhou que a atuação das autoridades de saúde para com os lares é igual, sejam eles legais ou ilegais.

Sublinhou que a Direção-Geral da Saúde (DGS) integra as equipas de visita aos lares da Segurança Social e da Proteção Civil para ver se “está tudo conforme” e disse que muitas instituições são visitadas “mais do que uma vez” para perceber “se foram corrigidas as inconformidades detetadas”.

Sobre o caso do lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, em Reguengos de Monsaraz, onde morreram 18 pessoas (16 utentes, uma funcionária do lar e um habitante da comunidade), Graça Freitas afirmou que “não houve inação das autoridades” e que “houve várias visitas” para verificar se o lar ia corrigindo as situações detetadas e aplicando as recomendações das autoridades.

“Em Reguengos foram encontrados muitos constrangimentos, mas houve sempre esforços para resolver. Não enjeito responsabilidades, mas também não atiro responsabilidades para ninguém”, disse.

Questionada sobre se era verdade que o delegado de saúde local não tinha visitado pessoalmente o lar na altura do surto, em junho, Graça Freitas respondeu que a autoridade de saúde “pode delegar em pessoas da sua equipa” o acompanhamento de surtos ou visitas.

“Não houve uma intervenção milagrosa, mas não houve inação de todos os intervenientes, foram colmatando as dificuldades que foram encontrando, inclusive houve pessoas da própria instituição (cujo número era muito reduzido) que adoeceram e estiveram em quarentena e teve de se ir à bolsa de recrutamento”, disse Graça Freitas, lembrando que foram contactadas neste caso mais de 600 pessoas para encontrar 35 e, destas, muitas tinham mais de 60 anos.

A responsável foi ouvida no âmbito de um requerimento do CDS-PP sobre os vários surtos que, desde o início da pandemia, se vêm registando em lares, cujo caso mais grave ocorreu na estrutura de Reguengos de Monsaraz, disse que os dados disponíveis.

Ainda sobre Reguengos, Graça Freitas destacou por diversas vezes que o lar onde se verificou o surto em junho teve uma política de testes muito variada e intensa: “A política de testagem permitiu ir à segunda volta e [verificou-se que] os que tinham dado negativo estavam afinal positivos, mas na altura do primeiro teste ainda não se tinham manifestado”.

“Quando foi detetado o primeiro caso suspeito [com sintomas], andando para trás (…), verificou-se que havia pessoas que já poderiam estar doentes antes desse primeiro caso conhecido. Este é um período terrível em termos de propagação da doença”, explicou.

A responsável disse ainda aos deputados que, depois de se saber do primeiro caso (a 17 de junho), foram logo testadas 150 pessoas (funcionários, utentes e contactos) e, nos dias 18 e 19, dos 84 residentes testados 57% deram logo positivo na primeira volta dos testes.

“Na segunda volta, a 22 e 23 junho, passou para 88% de positivos entre residentes e, a 01 de junho, para os 95% no total”, acrescentou, insistindo que no caso de Reguengos de Monsaraz “houve uma politica intensiva de testagem, com várias rondas (…), para ter a certeza se as pessoas negativas na primeira testagem estavam ou não positivas”.

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