Portugal continental tem 110 espécies de plantas endémicas, que não existem noutro lugar do planeta, mas 53 estão ameaçadas de extinção, segundo a Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental, que foi apresentada no dia 13 de outubro, em Lisboa.
De acordo com a investigação, iniciada em 2016, concluiu que das 626 espécies avaliadas, 381 (60%) estão ameaçadas de extinção e 19 já se extinguiram nas últimas décadas.
Em declarações ao Correio da Manhã (CM), André Carapeto, coordenador do projeto, da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Botânica e da Associação Portuguesa de Ciência da Vegetação, em parceria com o ICNF, avisou que “cada caso é um caso, mas o desaparecimento dos habitats é uma ameaça comum a quase todas. A perda da biodiversidade não é um problema só da Amazónia. Está a acontecer em Portugal”.
Uma das espécies em risco é a Linaria dos Olivais, endémica do Baixo Alentejo e típica dos seus sistemas agrícolas tradicionais. “O aparecimento de culturas intensivas na região colocou-a sob enorme pressão. É um caso paradigmático porque é uma espécie protegida pela lei europeia, mas não há medidas para a conservação do seu habitat”, esclarece o investigador.
O biólogo frisou ao CM que a Lista Vermelha pretende “dar informação às autoridades responsáveis pela gestão do território, para que possam tomar medidas para preservar a biodiversidade”.