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Iniciativa Liberal acusa Direção de Cultura do Alentejo de “demonização” da agricultura moderna

A Iniciativa Liberal (IL) acusou hoje a Direção Regional de Cultura (DRC) do Alentejo de “demonização” da agricultura moderna na região por associar a produção de olival e amendoal à destruição de património arqueológico.

De acordo com a notícia avançada pela Agência Lusa, em comunicado, o partido com assento parlamentar concorda com o princípio de que a destruição de património arqueológico é “absolutamente inaceitável” e acrescenta que “deve ter consequências” por estar em causa um “crime gravíssimo”, mas solidariza-se com os agricultores do Alentejo, que, diz, “muito têm contribuído para a economia daquela região”.

Tal como a Rádio Campanário noticiou, a recente destruição de uma anta numa herdade perto de Évora, supostamente pela plantação de um amendoal intensivo, está a ser investigada pelo Ministério Público, após uma queixa-crime da DRC do Alentejo, que avançou também com uma queixa judicial sobre outra anta destruída, no concelho de Mora (Évora), igualmente devido à alegada plantação de um amendoal.

Em comunicado, a DRC do Alentejo referiu, no final de outubro, que as destruições aconteceram “em consequência do modelo de agricultura superintensiva que tem vindo a ser implementado desde há vários anos no Alentejo, de forma totalmente desregulada no que respeita a valores culturais”, o que motivou, agora, esta reação da Iniciativa liberal.

A declaração da diretora regional de Cultura [Ana Paula Amendoeira], que considera a destruição de património arqueológico uma consequência da agricultura superintensiva, em nada contribui para atrair investimento para a região, nesta que é uma das principais atividades económicas do Alentejo”, aponta o partido.

A IL afirma ainda o seu “compromisso” com a proteção do património cultural e lembra que contribuiu para a aprovação unânime de um “voto de condenação pela destruição de uma anta na Herdade do Vale da Moura e outro património arqueológico no município de Évora”, na Assembleia da República, mas demonstra também a sua “solidariedade para com os agricultores alentejanos”.

A IL critica ainda a “inação do Governo do Partido Socialista para a modernização e dinamização da economia alentejana”, especialmente no interior do território.

No dia 24 de setembro, a diretora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, revelou à Lusa que este organismo já tinha apresentado uma queixa-crime no MP por causa da destruição da anta na Herdade do Vale da Moura (Évora).

“Estamos ainda a averiguar a extensão da destruição, mas aquilo que sabemos é que foi destruída uma anta que estava referenciada no Plano Diretor Municipal (PDM) de Évora”, afirmou a responsável, acrescentando que havia outra referência no parecer da Direção Regional de Cultura do Alentejo sobre património a salvaguardar naquela propriedade.

Em 21 de outubro, de acordo com a Agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República revelou que o Ministério Público abriu um inquérito sobre a destruição da anta, alegadamente por causa da plantação de um amendoal intensivo.

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