No últimos seis anos, mais de cem mulheres morreram vítimas de violência doméstica. Os dados foram avançados esta terça-feira pelo Jornal Público e fazem parte do relatório da Polícia Judiciária, “Homicídios nas relações de intimidade – Estudo dos inquéritos investigados pela Polícia Judiciária”.
De acordo com o Jornal Expresso, e segundo o documento, foram registadas em Portugal, entre 2014 e 2019, 128 mortes em relações de intimidade – 111 eram mulheres. Em média foi assassinada mais do que uma mulher por mês em contexto de violência doméstica.
A nível geográfico, Lisboa e Vale do Tejo foi a zona com mais mortes em contexto de violência doméstica, registando quase 30% do total de casos.
No entanto, foi o distrito de Évora que registou mais femicídios, tendo em conta a taxa por 100.000 habitantes: 2,62.
A Polícia Judiciária traçou ainda o perfil das vítimas e dos agressores e refere que ambos pertencem à mesma faixa etária, entre os 41 e os 60 anos.
Relativamente aos agressores, a baixa escolaridade foi o fator mais comum, já que 34% não passaram do primeiro ciclo. Em 66% dos crimes registados a vítima e o agressor viviam juntos e em praticamente metade das mortes os dois eram casados. “Poderá ter registo de antecedentes policiais e consumir substâncias, particularmente álcool, exibindo comportamentos de ciúmes, perseguição e controlo”, refere o relatório.