Dois estudos da Deco/Proteste sobre idosos em lares alertam para o tempo de espera por vagas, o valor incomportável e a deterioração da qualidade de vida e saúde destes durante a pandemia, que expôs as debilidades dos atuais modelos.
A organização de defesa do consumidor explicou, em comunicado, que promoveu dois estudos sobre o custo e qualidade de vida dos idosos nos lares em território nacional, um referente aos últimos cinco anos e outro sobre o período de pandemia de covid-19.
Ambos os estudos tiveram em consideração entidades privadas, Instituições Privadas de Solidariedade Social(IPSS) e Misericórdias de norte a sul do país.
Os dados do primeiro estudo revelam que cada idoso tem uma fatura mensal média de 951,2 euros, da qual consegue pagar 730,4 euros, com o valor remanescente (220,8 euros) a ser suportado pela família.
A par do valor praticado, cada idoso espera, em média, 108 dias por uma vaga num lar privado, 171 dias numa IPSS e 173 dias numa Misericórdia.
O segundo estudo, realizado nas duas primeiras semanas de outubro, e que obteve 647 respostas, evidencia que “o confinamento entre março e abril agravou a qualidade de vida e a saúde dos idosos que habitam em lares”.
“Antes da quarentena, 69% dos idosos não sofriam de nenhum problema de saúde grave, um número que desceu para 57% durante o isolamento”, explica a DECO
O inquérito assinala ainda “a falta de materiais” com 64% dos inquiridos a relatarem a “falta de higienizador de mãos para os funcionários e testes de covid-19 antes do confinamento, valor que desceu para 59% durante o confinamento e que voltou a decrescer para os 40% depois do confinamento”.
Já 57% dos inquiridos referiu que não existia roupa para proteção dos funcionários antes do confinamento, valor que desce agora para os 33%. Em relação às máscaras, 47% das pessoas assinalaram como uma falta antes do confinamento, valor que desceu para 36% durante o confinamento e para 14% após o confinamento.