20.4 C
Vila Viçosa
Domingo, Novembro 24, 2024

Ouvir Rádio

Data:

Partilhar

Recomendamos

“Há deficiências estruturais no SNS que têm que ser corrigidas” diz Marisa Matias após reunião com Administração e médicos do HESE (C/SOM)

A candidata à Presidência da República, Marisa Matias, esteve esta tarde em reunião com o Conselho de Administração e com os médicos pediatras do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE).

A Rádio Campanário esteve em entrevista com Marisa Matias acerca da problemática face à carência de profissionais de saúde no serviço de pediatria do hospital de Évora.

Marisa Matias refere que “este é um problema que está no centro desta campanha. A proposta que eu apresento é um contrato para a saúde, e os temas que são debatidos não fogem muito às maiores dificuldades que enfrentamos” sendo estas o perigo de rutura do “Serviço Nacional de Saúde”.

A candidata à presidência da república, explica que o SNS “é o principal pilar da nossa democracia, e que é preciso salvá-lo reforçando e evitando situações que encontramos tantas vezes, de profissionais completamente esgotados.” Continua que “trazendo mais recursos, mais autonomia, mais incentivos para que possamos fixar mais profissionais e garantir-lhes condições e carreiras dignas para podermos salvar o SNS e para não deixarmos ninguém para trás,” frisa.

“O problema é que a pandemia tornou tudo muito mais visível. E se a pandemia não afeta toda a gente da mesma forma, também não afeta todos os territórios da mesma forma.”

“Nós estamos a viver um momento crítico. Não é que estas insuficiências sejam de agora, porque são quase estruturais no SNS. O problema é que a pandemia tornou tudo muito mais visível. E se a pandemia não afeta toda a gente da mesma forma, também não afeta todos os territórios da mesma forma,” explica Marisa Matias.

Referente às necessidades específicas de cada território, Marisa Matias frisa que “um hospital em Évora não tem os mesmos problemas que um hospital de Lisboa. E isso obriga-nos a dar uma resposta que permita também que os profissionais se possam fixar em todo o território, e não chegar a uma situação como a que temos agora.”

“Neste momento, temos menos 1029 médicos do que tínhamos no inicio da pandemia, e isso significa que há muito trabalho a fazer,” afirma.

 

Em declarações aos jornalistas, Marisa Matias reitera que “obviamente que a dimensão dos recursos humanos é importante porque temos falta de profissionais de saúde no SNS, mais em algumas zonas do território do que outras.”

“É por isso que nós reivindicamos que tem que haver incentivos específicos, tem que haver mais autonomia das administrações e tem que haver capacidade de construir carreiras e futuros consistentes.”

Reforçando o seu ponto anterior referente às necessidades específicas de cada região, a candidata refere que “não é a mesma coisa tentar fixar profissionais no interior do país do que no litoral ou nas grandes cidades. E é por isso que nós reivindicamos que tem que haver incentivos específicos, tem que haver mais autonomia das administrações e tem que haver capacidade de construir carreiras e futuros consistentes.”

A candidata à presidência da república frisa que o país apenas está a lidar da maneira que está com a pandemia por causa da “resposta muito dedicada dos profissionais de saúde do SNS.”

“Se estivéssemos dependentes dos privados a nossa situação seria bem pior, e acho que toda a gente percebe isso. Foram os privados os primeiros a encerrar portas e a rescindir contratos quando o país mais precisou deles,” conclui Marisa Matias

 

Como a RC noticiou hoje, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul exortou a Sra. Diretora Clínica do HESE a prestar esclarecimentos públicos acerca das suas responsabilidades sobre a situação vivida pelo Serviço de Pediatria do Hospital de Évora.

Confrontada com esta temática, Marisa Matias diz que “ouvi as duas partes”. Esclarece à RC que tem “total solidariedade para com os profissionais que estão esgotadíssimos e que não vêm respostas para as dificuldades que têm na sua profissão. Como também compreendo e percebo que há deficiências estruturais ao nível do Serviço Nacional de Saúde, e que têm que ser corrigidos para também permitir que os hospitais, estejam eles onde estiverem, possam ter todos eles as mesmas condições de resposta,” esclarece.

“O nosso objetivo neste momento tem que ser chegar ao fim da pandemia com o SNS reforçado e não totalmente destruído. E creio que corremos esse risco. Por isso, é preciso reforçar o SNS e não permitir que a pandemia se torne numa oportunidade ótima para os privados, que procuram uma hegemonia, que nos torna mais pobres e à democracia portuguesa também” conclui Marisa Matias.

Populares