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Baixo Alentejo sem médicos de saúde pública mas com resposta à covid-19 “controlada”

A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) já está sem médicos de saúde pública, porque os dois únicos que tinha saíram, mas a resposta à COVID-19 está “controlada”, disse hoje à Lusa a presidente da entidade.

Os dois clínicos, um médico e uma médica, “já saíram”, no final de novembro, precisou Conceição Margalha, presidente da ULSBA, que integra o hospital de Beja e os centros de saúde de 13 dos 14 concelhos do distrito.

No passado dia 24 de novembro, também em declarações à Lusa, Conceição Margalha tinha alertado para o risco de a ULSBA ficar sem médicos de saúde pública se não fosse possível substituir os únicos dois que tinha e estavam de saída na altura.

A saída dos dois únicos médicos de saúde pública que trabalhavam na ULSBA para a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, onde foram colocados no âmbito de um concurso de mobilidade a que se candidataram, aconteceu depois de o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, ter dito, em 27 de novembro, em declarações aos jornalistas em Beja, que foi pedido aos dois clínicos para ficarem na região durante o estado de emergência em vigor devido à pandemia de covid-19.

Na altura, António Lacerda Sales também explicou que há um despacho do Ministério da Saúde que o autoriza a impedir, “só durante o estado de emergência”, a mobilidade de profissionais de saúde, “médicos essencialmente”, para outros serviços, o que não aconteceu neste caso.

Conceição Margalha também disse que foi pedido aos médicos para ficarem na ULSBA durante o estado de emergência em vigor, mas optaram por sair.

Atualmente, a resposta da ULSBA em termos de saúde pública à pandemia de covid-19 “mantém-se”, porque está a ser “assegurada” por outros cinco médicos de família que desempenham funções de autoridade de saúde e têm colaborado no processo de gestão da covid-19, frisou.

Questionada pela Lusa sobre se a ULSBA tem tido dificuldades em assegurar a reposta, Conceição Margalha disse que, até hoje, “a situação tem estado controlada”.

“Mas nunca poderei dizer que os médicos com especialidade em saúde pública não fazem falta e não são necessários”, frisou.

A ULSBA “está a tentar soluções de mobilidade [de médicos] de outras regiões do país, mesmo que sejam parciais, para tentar ter um médico de saúde pública, mas ainda não encontrou profissionais que queiram vir” para o Baixo Alentejo.

Segundo Conceição Margalha, como os dois médicos saíram, a médica interna em formação na especialidade de saúde pública na ULSBA, que atualmente está de férias, não vai poder continuar a forma-se nesta entidade sem tutor e terá de sair para continuar a formação noutra unidade de saúde.

O Ministério da Saúde abriu este mês um concurso com 462 vagas para contratação de médicos especialistas para o Serviço Nacional de saúde, 15 das quais em saúde pública, sendo uma destas para a ULSBA.

Este concurso, o segundo deste ano, “tem menos vagas e poucos candidatos”, disse Conceição Margalha, referindo que “uma é sempre melhor do que nenhuma” e que o próximo concurso, em março ou abril de 2021, “poderá ter mais vagas”.

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