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Segunda-feira, Novembro 25, 2024

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Alandroal: “Se a pandemia se prolongar temos disponibilidade para continuar a ajudar”, diz autarca (c/som)

Foi no início de março que a pandemia COVID-19 se começou a fazer sentir em Portugal. Devido à COVID-19 muitos eventos para este ano tiveram de ser cancelados, alguns logo em março, como foi o caso da XI Mostra Gastronómica de Peixe do Rio de Alandroal que iria decorrer entre os dias 06 e 15 de março.

Em entrevista exclusiva à RC o presidente da Câmara de Alandroal, João Grilo, explica: “não foi fácil o facto de termos esta realidade de termos sido, eventualmente, os primeiros da região a sentir em concreto a presença da pandemia as exigências que essa trazia”.

A XI Mostra Gastronómica de Peixe do Rio foi cancelada “a dois dias do arranque”, após uma reunião com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo onde, segundo o autarca, “as recomendações da saúde foram de não se realizar toda a componente de feira”. No entanto, o município ainda realizou “a componente de restauração”.

“Mas também não pudemos ter dúvidas sobre o que era a realidade. O tempo veio mostrar que era a decisão certa”, afirma.

João Grilo conta à RC que “a partir desse momento assumimos que teríamos de inverter um conjunto de prioridades e focar-nos na resposta à pandemia e é o que temos feito ao longo deste ano. Tivemos de nos concentrar nos apoios às instituições, nos apoios à saúde, a quem presta socorro, nos apoios às IPSS e às pessoas e temos estado sempre a tentar fazer isso porque entendemos que é por isso que existem autarquias, é para dar resposta aos problemas das pessoas”.

O concelho do Alandroal tomou medidas de forma precoce para mitigar a pandemia e apenas recentemente começou a ter casos de COVID-19 no concelho.

Sobre as medidas preventivas e as ações que a câmara realizou para mitigação da pandemia o edil explica que, em conjunto com uma equipa, andou “quase porta a porta” por todo o concelho a distribuir máscaras.

“Assumimos desde o princípio que é um risco, é um problema sério, obriga a mudar prioridades, obriga a mudar objetivos e devo dizer que foi muito fácil mobilizar a minha equipa dentro da câmara. Mudámos prioridades de um dia para o outro, rapidamente as pessoas se confinaram e prepararam para continuar a dar resposta e rapidamente nos temos adaptado”, revela.

Questionado se em algum momento hesitou para tomar alguma medida, o presidente alandroalense conta que sim e que “não foi há muito tempo”. João Grilo refere que “houve uma situação no lar da Misericórdia do Alandroal em que estava em causa um primeiro caso de uma utente, portanto, estava em causa ou se fazia a transferência dessa pessoa para fora do concelho ou se tentava criar condições dentro do lar para que a pessoa ficasse e foi uma decisão difícil, porque o que diz a legislação é que devia haver condições para que a pessoa ficasse, mas por outro lado, no momento estava em causa a saúde da pessoa e de todas as outras pessoas e tive de pedir ao concelho de Vila Viçosa que recebesse essa pessoa”.

Porém, atualmente o município já conta com uma Zona de Concentração de Apoio à População (ZCAP) para onde, caso haja necessidade, serão transferidos pacientes COVID. O edil explica que este espaço “tem estado a ser feito em tempo record” e resulta de uma necessidade do concelho.

No entanto, reforça que “a primeira linha de resposta tem que estar dentro das instituições e se houver situações que se compliquem aí sim teremos uma resposta municipal numa zona de acolhimento que é isso que estamos a preparar”.

Relativamente à preocupação do município em não deixar parar nada por completo, criando o Alandroal ConVida, que incluía espetáculos e incentivos a compras no comércio local, por exemplo, João Grilo afirma que “há pessoas que dependem do trabalho para o município, dependem do trabalho que vão fazendo para sobreviver nestes meses até que a pandemia acabe e houve um momento em que sentimos que uma comunidade que estava pouquíssimo apoiada e que precisa de se manter em atividade é a comunidade que se dedica à atividade cultural. Portanto decidimos que manteríamos um programa cultural”.

Sobre o impacto financeiro destas atividades e da resposta a situações relacionadas com a pandemia houve “um investimento superior a 500 mil euros, ou seja, há mais meio milhão de euros do orçamento do município de 2020 que foi canalizado para dar resposta direta à pandemia e algumas respostas semi-diretas”.

Por fim, quanto às áreas do turismo e restauração explica que o município está a “tentar ajudar”. Nos apoios à restauração a autarquia irá “duplicar o apoio do Governo”. Assim, para já, o “Governo vai dar um apoio de 20% sobre a faturação perdida e nós daremos depois mais 20% sobre esse valor”.

“Ainda não esgotámos a nossa capacidade de apoiar se as coisas se complicarem ou prolongarem por demasiado tempo”, frisa.

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