Mértola e todo o seu património estão hoje em destaque na rubrica Evasões do JN.
As Minas de São Domingos e a cascata do Pulo do Lobo colocaram-na no mapa mas, segundo a reportagem, Mértola tem muito mais para visitar, sendo palco de uma mais ricas heranças históricas do Alentejo. Entre vestígios romanos e árabes vivem-se outros tempos. E dorme-se a olhar as estrelas.
O museu que hoje se percorre num passadiço ao ar livre no circuito de visitas da Alcáçova do Castelo de Mértola era um imenso arrabalde abandonado onde as crianças brincavam entre figueira.
Este circuito pelos vestígios do Bairro Islâmico é só uma amostra do que a famosa “vila-museu” alentejana tem para oferecer a quem a visita, e deve-se ao seu grande impulsionador Cláudio Torres, arqueólogo e investigador, hoje com 80 anos.
Muitos dos vestígios arqueológicos ali encontrados durante mais de três décadas de escavações seguiram para os vários núcleos do museu municipal, dispersos pelo casco antigo da vila. Quem os quiser ver e compreender à luz da herança islâmica do território tem, por isso, de palmilhar várias ruas, sendo o núcleo da arte islâmica um dos mais interessantes a visitar, pois tem a maior coleção de cerâmica de luxo islâmica existente no país.
A meio caminho para o castelo encontra-se a Igreja Matriz, “a única mesquita em Portugal a funcionar como igreja” católica.
Datada do século XII, surge como testemunha da permanência dos muçulmanos, que tornaram Mértola capital de um pequeno emirado islâmico independente. A conquista de Mértola para o reino português deu-se no reinado de D. Sancho II, graças aos cavaleiros da Ordem de Santiago, e a porta islâmica foi substituída por outra manuelina, assim como a torre de chamamento para a reza transformada numa torre de sinos.
Desde a gastronomia ao alojamento com vista sobre o rio, Mértola é um encanto no Alentejo.
Mértola: viagem à beira-rio pelos caminhos do Alentejo islâmico
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