O número de óbitos no surto de infeções por coronavírus num lar em Cabeção, no concelho de Mora, subiu hoje para 15, com a morte de mais uma utente, revelou a direção da instituição.
“Esta manhã, morreu mais uma utente que se encontrava na instituição”, disse à Lusa Joaquim Mansinho Gens, da direção do Lar da Associação de Cabeção de Solidariedade aos Trabalhadores Idosos (ACSTI).
No total, este surto de COVID-19 já infetou 90 pessoas da instituição, mais precisamente 55 idosos, dos quais 15 morreram, e 35 funcionários.
“Temos 40 casos ativos entre os utentes e 34 entre os funcionários, porque uma já recuperou e teve resultado negativo no teste”, explicou o elemento da direção do lar.
Na quinta-feira, questionado pela Lusa relativamente a críticas sobre a alegada falta de apoio a este lar feitas pelo presidente da Câmara de Mora, Luís Simão, o Instituto de Segurança Social (ISS) deu nota do reforço de meios.
Numa resposta enviada por correio eletrónico, o ISS indicou que um enfermeiro tinha já sido colocado na instituição e que quatro auxiliares iriam começar a trabalhar nesse dia.
Questionado hoje pela Lusa, Joaquim Mansinho Gens indicou que, na quinta-feira, “apareceu a Cruz Vermelha com um enfermeiro e dois auxiliares e, à noite, chegaram mais dois auxiliares”.
“Mas só os auxiliares é que ficaram. O enfermeiro esteve na instituição e, depois, foi-se embora”, disse o mesmo responsável.
Com este reforço, que se junta às cinco funcionárias do próprio lar que estão em funções e aguardando a instituição “a chegada de mais dois auxiliares, durante o dia de hoje”, Joaquim Mansinho Gens disse acreditar que “já vai ser possível equilibrar as coisas”, para o apoio aos idosos.
“Com estas 11 pessoas, já pensamos que vai ser possível assegurar os três turnos”, frisou, lamentando, contudo, que a ajuda tenha tardado: “Se tivéssemos sido acudidos logo no início, porque este surto começou no dia 14, nada disto tinha acontecido”.
Na informação enviada à Lusa, o ISS informou ainda que, para o surto neste lar do concelho de Mora, foi ativada uma brigada de intervenção rápida no dia 20 de dezembro, mas o responsável da ACSTI e o autarca refutaram hoje este dado.
“Não é verdade que tenham mobilizado uma brigada no dia 20. Não chegou ninguém nessa altura”, contrapôs Luís Simão, corroborado pelo elemento da direção: “Nesse dia, vieram cá umas enfermeiras ver o lar e mais nada, não vi cá ninguém das brigadas”.