A pandemia Covid-19 trouxe uma crise financeira que irá ser trabalhosa de recuperar, uma consequência que se irá traduzir na mudança de características da criminalidade. Para 2021, os especialistas preveem que os crimes informáticos, a violência doméstica e a pequena criminalidade venham a acentuar-se.
António Nunes, Presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), explica ao jornal Expresso que os pequenos furtos, “não preparados e de oportunidade” irão disparar como resultado do agravamento da crise social provocada pela pandemia vivida.
No entanto, os especialistas acreditam que o assalto a residências irá descer, sendo que o aumento do teletrabalho e as pessoas em isolamento profilático criam menos oportunidades de assalto ao terem uma relação mais próxima com a sua habitação.
Hugo Pinto, da Associação Portuguesa de Criminologia (APC), antecipa o crescimento de crimes informáticos. “Em Portugal têm vindo a aumentar os casos de burlas através do método de pagamento MBWay, bem como o phishing“, um método de fraude por roubo de palavras-passe, explica ao Expresso.
De acordo com os dados fornecidos ao Correio da Manhã, pela PSP e GNR, foram apresentadas 4.111 queixas por burlas através da aplicação MBWay entre janeiro e maio do ano de 2020. Este sendo um valor quase quatro vezes superior às 1.109 denúncias apresentadas em todo o ano de 2019.
Os efeitos restritivos da pandemia, têm vindo a obrigar as pessoas a passar mais tempo em frente a um ecrã de computador e a usarem mais o comércio eletrónico. António Nunes, membro da APC, diz que, “este hábito não veio acompanhado por uma maior educação para a segurança digital, o que nos faz estar mais vulneráveis ao cibercime,” explica.
(Fonte: Expresso)