Os 23 utentes e 11 das funcionárias do Lar da Misericórdia de Pavia, em Mora (Évora), estão infetados com o novo coronavírus SARS-CoV-2, no surto na instituição, que já provocou um morto, revelou hoje o autarca.
“Todos os utentes, os 23, estão infetados, assim como 11 das funcionárias”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Mora, Luís Simão.
Além disso, neste surto de COVID-19, que já provocou uma vítima mortal, um utente falecido na semana passada, há a contabilizar mais “51 habitantes da comunidade que estão infetados, a maioria familiares das pessoas do lar”, acrescentou.
Do total de infetados, “há duas pessoas internadas” no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), mais precisamente “uma funcionária e um senhor da comunidade”, indicou Luís Simão.
O autarca tinha criticado, na passada sexta-feira, em declarações à Lusa, o atraso por parte da Saúde Pública na divulgação dos resultados dos testes realizados na instituição.
Contudo, “os resultados acabaram por chegar nesse mesmo dia, à noitinha”, e confirmaram os receios do autarca, que suspeitava que todos os utentes estivessem infetados e que o surto se tivesse espalhado pela comunidade.
Em termos de testagem, “as coisas estão um bocadinho atrasadas em relação àquilo que seria desejável”, criticou hoje, dando como exemplo as pessoas que estão alegadamente negativas e foram colocadas na Zona de Concentração e Apoio à População (ZCAP) da vila sede de concelho.
Atualmente, “temos cinco utentes da Misericórdia de Évora que fizeram teste no dia 02, com resultado negativo, e foram levadas para a ZCAP de Mora. Mas, já fizemos várias insistências junto da Saúde Pública, para voltarem a testar essas pessoas, e até agora nada”, argumentou.
“Tenho que ter a certeza de que estão negativos, até porque também estão na ZCAP seis utentes negativos” de outro lar do concelho de Mora, o da Associação de Cabeção de Solidariedade aos Trabalhadores Idosos (ACSTI), alertou, frisando: “Gostávamos que a testagem tivesse mais alguma celeridade”.
No Lar da ACSTI, onde já tinham morrido 18 utentes, faleceram mais dois, pelo que o número de vítimas mortais neste surto de COVID-19 subiu para 20, revelou o presidente da câmara.
Ainda assim, “pensamos que já está tudo mais ou menos estabilizado neste lar, porque, mesmo entre as funcionárias que tinham tido resultado positivo” para o SARS-CoV-2, “há seis que recuperaram”, pois, “voltaram agora a ser testadas e tiveram resultado negativo”, referiu o autarca.
“Há algumas funcionárias que já não têm sintomas e estão desejosas de regressar, mas não há meio de virem fazer o teste”, indicou Luís Simão, acrescentando que “os casos na comunidade também têm estado a baixar”.
O surto no Lar da ACSTI infetou mais de 90 pessoas da instituição, a maioria utentes (dos quais 20 morreram), mas também funcionárias.