António Costa reiterou esta quarta-feira que está excluída a possibilidade de se vir a realizar uma avaliação ambiental estratégica à opção de Beja para a construção do novo aeroporto.
O primeiro-ministro, no debate sobre política geral no Parlamento., referiu que “o país anda há quase 60 anos” a discutir a localização do novo aeroporto e que, com o aumento de passageiros em Lisboa, Portugal está “mesmo numa luta contra o tempo”.
Conforme avança o Jornal Económico, António Costa referiu ainda “O Governo entendeu fazer uma avaliação ambiental estratégica não entre uma mas entre três soluções: Alcochete, Portela + Montijo ou Montijo + Portela. São essas três soluções que estão em cima da mesa. O país não pode multiplicar outras soluções, se não daqui a 60 anos ainda alguém estará a discutir onde é que há-de ser a construção do novo aeroporto de Lisboa”.
A resposta de António Costa surge depois do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) que acusou o Governo de “fazer é uma avaliação ambiental estratégica fictícia, sem cumprimento das boas práticas e recomendações da União Europeia”, em que “compara apenas duas localizações, designadamente, a solução Lisboa + Montijo em duas opções de intensidade distintas e a solução Alcochete”.
António Costa sublinhou que “o país anda há quase 60 anos” a discutir a localização desse novo aeroporto de Lisboa. “Durante décadas, fizeram-se estudos sobre duas soluções alternativas: a Ota e Rio Frio. O país apaixonou-se por essa discussão” acrescentando “quando cheguei ao Governo e não cumprindo a tradição, a primeira coisa que fiz foi não rever a decisão do Governo anterior e manter a decisão porque acabou o tempo da discussão e é tempo de cumprir. Estamos mesmo numa luta contra o tempo”, salientou, lembrando que a opção Montijo “não se tornou viável por uma questão legal”.
O Primeiro Ministro recordou ainda que anteriormente tinha havido “um grande consenso nacional” em torno de Alcochete, mas “veio um novo Governo e enterrou Alcochete e decretou que não era preciso aeroporto nenhum, porque todos os estudos de procura eram megalómanos e que nunca Portugal precisaria de um novo aeroporto porque nunca haveria aquela procura”. “Não precisou de mais de dois anos para concluir que os números não eram megalómanos e a procura estava a crescer muito acima do que os estudos megalómanos previam”, frisou.
Foi depois encontrada uma solução “acordada no processo de privatização da ANA”, que foi a de que, “a partir de certo limiar de passageiros, a ANA podia ter a opção de fazer um aeroporto e indicar onde é que o queria fazer” e houve um entendimento sobre a sua localização no Montijo.