O setor agrícola é responsável por 75% do total de água utilizada em Portugal, acima da média da União Europeia (24%) e mundial (69%), devido às culturas de regadio.
Esta é a conclusão de um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian, designado “O uso da água em Portugal – olhar, compreender e atuar com os protagonistas chave”, que refere ainda que em 2016, a área agrícola regada no país “correspondia aproximadamente à região do Algarve”, o equivalente a 5% do território nacional.
Contudo, segundo avanço o estudo, e conforme notícia avançada pela Agência Lusa, a cultura de sequeiro ainda define a maioria da superfície utilizada para a agricultura em Portugal”.
As barragens públicas servem um terço da área regada, porém, “a barragem do Alqueva constituiu um grande contributo para a evolução do regadio nos últimos anos, correspondendo o Alentejo a cerca de metade da área regada do país”, indicou.
No que concerne à escassez de água, o estudo revelou, que, de um modo geral, a situação em Portugal “não é problemática”, embora este indicador não incorpore o impacto das alterações climáticas e as projeções de consumo.
Com um “risco elevado”, ou seja, quando o consumo de água está entre 40% e 80% das disponibilidades, são identificados 26 países, incluindo Portugal.
Por região, a zona abaixo do Tejo apresenta o nível máximo de risco “e é precisamente no Alentejo e no Algarve onde se registaram mais secas de maior dimensão e gravidade ao longo de todo o século XX”.