A Universidade de Évora, através do Departamento de Linguística e Literaturas e a Secção cultural da Embaixada de Espanha em Lisboa apresentam um “Ciclo de cinema sobre Direitos Humanos” que apresenta uma seleção de filmes programados pelo “Festival de Cine de Derechos Humanos (FCDH)” de Barcelona e Madrid.
Em nota enviada à nossa redação a UÉ adianta que, a decorrer nos dias 16, 23, 30 de abril 2021, este ciclo de cinema está dividido em três sessões compostas por um ou dois filmes disponibilizados através da plataforma Vimeo, de acesso livre poderá visualizar os filmes através da senha: DDHHEVORA.
A abrir este ciclo de cinema, de Julio Mas Alcaraz, Espanha, 2019, (18 minutos) o filme “Zapatos de tacón cubano” conta a história de dois adolescentes de um bairro marginal de Madrid, um lugar hostil aos seus desejos. Com graves problemas familiares e rodeados por um ambiente agressivo, machista e homofóbico, têm de levar uma vida dupla para esconder o início do seu caso amoroso e a sua paixão pela dança flamenca. Dia 16 de abril às 18h00 aqui.
De Maria Popova, Espanha, 2018, o documentário “Diversitats i Terres” conta com o relato de pessoas que contam em primeira mão o choque entre cultura e homossexualidade, religião e identidade de género, violência e liberdade. É importante que o público compreenda a existência do que é diferente, de facto, que o sinta como se fosse seu por um momento. Através dos testemunhos dos migrantes em Barcelona, aproximamo-nos de uma realidade que não há muito tempo fazia também parte do mal-estar do “aqui”, do abuso do diferente do “aqui”, da “nossa” repressão. Será que pertencem ao coletivo LGBTI? Sim, mas antes disso “pertencem” a outro Estado, alguns deles ao chamado “terceiro mundo”. A abordagem às suas histórias e experiências não erradicará os preconceitos, mas talvez nos faça sentir um pouco pior da próxima vez que julgarmos sem compreender, sem aprofundar, doutrinados pelo sensacionalismo e estereótipos. Dia 16 de abril às 18h00 disponível aqui.
De Fermín Aio, Espanha, 2018, é apresentado o filme “Ongietorri”. Mahmud demorou três anos em cruzar África numa viagem repleta de perigos. Marta escapou milagrosamente dos pistoleiros de uma hidrelétrica que construiu uma barragem inundando suas terras. Antonio apanhou a sua câmara para relatar o drama da fronteira sul. Iñigo decidiu ir salvar as pessoas que se afogam no Mediterrâneo porque “se os estados que deveriam fazer não o fazem, nós devemos fazê-lo”. Begoña foi presa por esconder um grupo de migrantes na sua carrinha porque, “esta situação é tão injusta que só podemos desobedecer”. Clementine fugiu do seu país depois que o seu marido fosse assassinado: “temos que continuar a denunciar os interesses que causam as guerras”. Yahia perdeu quase toda a sua família na guerra: “o que aconteceu na Síria pode acontecer a qualquer pessoa”. Porque “armas, guerras e segurança de fronteira são o mesmo negócio” (Koldobi). Este documentário tenta colocar em perspetiva, a partir da vida dos seus protagonistas, as raízes e consequências da emigração e dos refugiados. Dia 23 de abril às 18h00 disponível aqui.
De David Macián, Espanha, 2019, o filme “Chica seria y responsable” conta do leque de filmes deste ciclo de cinema. Em Espanha há aproximadamente 630.000 pessoas a trabalhar como domésticas. A maioria delas são mulheres migrantes e muitas delas trabalham como internas. Cansadas dos vários abusos que sofrem, algumas decidiram unir-se para reclamar os seus direitos. Dia 30 de abril às 18h disponível aqui.
Por último, o filme “Hotel explotación: las Kellys” de Georgina Cisquella, Espanha, foi o filme escolhido para encerrar este ciclo de cinema. Mais de duzentas mil mulheres trabalham como empregadas de mesa em Espanha, mas são tão importantes como invisíveis no sector da hotelaria e restauração. Há um ano e meio, as Kellys decidiram se organizar para reclamar os seus direitos. Dia 30 de abril às 18h00 disponível aqui.
De referir que todos os links serão ativados às 18h00 do dia da projeção e apenas estão ativos durante as seguintes 48 horas.