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Álvaro Azedo acha ”rude golpe” o retrocesso no desconfinamento imposto a Moura

O retrocesso imposto a Moura nas medidas de desconfinamento é um “rude golpe” para um concelho que “tem vindo a decrescer o número de casos ativos” de covid-19, afirmou esta quinta-feira o presidente da Câmara, Álvaro Azedo, à agência Lusa.

O autarca criticou com a comparação que se faz entre a situação dos municípios menos populosos e o resto do país, e realçou que o que aconteceu no seu concelho “podia ter acontecido a outro município qualquer” do interior.

“Hei de repetir isto vezes sem conta: Esta fórmula de cálculo é altamente prejudicial para os municípios menos populosos. Tivemos aquele surto entre 17 e 30 de março num estabelecimento de ensino e isso, obviamente, fez subir exponencialmente a taxa de incidência”, explicou o autarca.

De acordo com Álvaro Azedo, o município “tem vindo a decrescer o número de casos ativos” de covid-19.

“Hoje temos 17 casos ativos, as cadeias de transmissão estão todas identificadas e controladas. Somos o município que mais testa a nível nacional, mas o que é certo é que os números têm vindo a baixar paulatinamente e isso não conta para nada na fórmula de cálculo que criaram”, criticou.

Como exemplo, autarca referiu ainda que, nos últimos três dias, “foram feitos 250 testes” no centro de testagem permanente da Cruz Vermelha Portuguesa no concelho, que “deram todos negativo”.

“Neste momento, as coisas estão controladíssimas, como sempre estiveram. Mas o critério é este e nós, como todos os outros, estamos sujeitos ao que daqui advém” desabafou.

Segundo o mais recente boletim epidemiológico divulgado pela Proteção Civil local, Moura tem atualmente 17 casos ativos de covid-19, 16 dos quais na sede de concelho e um na freguesia de Sobral da Adiça.

Moura é um dos quatro concelhos, juntamente com Odemira, Portimão e Rio Maior, que vão regressar na segunda-feira às regras que vigoravam no continente português antes do atual processo de desconfinamento, devido à evolução da covid-19, anunciou esta quinta-feira o primeiro-ministro.

Segundo António Costa, nestes quatro municípios, com uma incidência de 240 casos por 100 mil habitantes, volta a estar em vigor a proibição de circulação interconcelhia “e, portanto, as pessoas têm o dever de se manter no seu concelho, com as exceções que são conhecidas, em particular a necessidade de terem de ir trabalhar ou de dar apoio a qualquer familiar”. Esta medida aplica-se todos os dias da semana.

Na prática, referiu, nestes quatro concelhos “têm de encerrar na próxima segunda-feira” ginásios, museus, galerias de artes e espaços semelhantes.

As lojas abertas podem funcionar apenas com venda ao postigo e as esplanadas também voltam a fechar.

As escolas continuam a funcionar presencialmente e também voltam ao ensino presencial os alunos do ensino secundário e do ensino superior – como no resto do continente português -, porque as “medidas relativas ao sistema educativo serão sempre medidas de âmbito nacional”, explicou o primeiro-ministro. 

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