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Segunda-feira, Novembro 25, 2024

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Bulhão Martins desvaloriza alerta da OMS e diz que os produtos do porco alentejano são “perfeitamente naturais e feitos em condições extraordinárias, sem produtos artificiais” (c/som)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou no passado mês de outubro para o risco de consumo de carnes processadas, como o bacon, salsichas, fiambre ou presunto, visto que são “provavelmente cancerígenas”.

Além da carne processada, a OMS acrescentou à lista de produtos “todo o tipo de músculo de mamíferos, como carne bovina, vitela, porco, cordeiro, carneiro, cavalo e cabra".

A fim de avaliarmos o impacto que este anúncio pode causar na produção e escoamento do porco alentejano, a Rádio Campanário falou com o presidente da Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano, Luís Bulhão Martins.

O dirigente associativo diz que “lamentavelmente saem estas notícias sem serem devidamente enquadradas o que causam grandes problemas aos produtores de carne entre os quais o de porco alentejano”.

Bulhão Martins salienta que “apesar dos produtos de porco preto alentejano serem em quantidades muito pequeninas no meio de toda a carne que entra no mercado português, também é afetada”, alertando que a carne alentejana “é perfeitamente natural e feita em condições extraordinárias, sem produtos artificiais e faz parte da dieta mediterrânica com conta peso e medida, é considerada uma das dietas mais saudáveis do mundo, não há qualquer razão de fundo para preocupação por parte dos consumidores”.

Luís Bulhão Martins lamenta que “organizações com responsabilidade como a OMS é que deviam ter cuidado nas afirmações desenquadradas que fazem porque ao serem entidades com tão grande responsabilidade, a sua opinião tem impacto e desta vez é uma opinião e um recado que não tem razão de ser e completamente fora de contexto e a atingir objetivos que não têm nada a ver com saúde mas com o funcionamento dos mercados e com penalizações graves para os produtores”.

Um setor que no entender de Bulhão Martins “está a crescer, a afirmar-se, os produtos são de grande qualidade, num passado recente só os produtos vindos de Espanha é que tinham grande penetração comercial, hoje os produtos portugueses começam a afirmar-se por serem tão bons ou melhores que os espanhóis, uma vez que a pureza da raça e a qualidade do sistema de produção e exploração é melhor em Portugal que em Espanha”.

Neste momento, no Alentejo, “existe uma produção muito organizada, os produtores estão todos associados e a funcionar em conjunto em torno das negociações e concentramos a produção de todos os produtos e vendemo-la inclusivamente para Espanha, somos um setor muito exportador neste momento, só 25% é que fica no mercado português”.

Quando questionado sobre a fiscalização das atividades económicas na rotulagem do produto, o presidente da Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano declarou que neste momento “existe uma legislação muito clara e objetiva a dizer como é que se deve rotular, e está no terreno há cerca de um ano, está a começar a produzir efeitos, neste momento é mais difícil vender gato por lebre, vamos ver se a fiscalização consegue acompanhar a implementação da legislação”.

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