A Associação Comercial do Distrito de Évora (ACDE) reuniu com os empresários para apresentar e discutir o caderno de encargos proposto pela Câmara Municipal de Évora, para o concurso “Centro Comercial – Porta de Aviz”.
A reunião que decorreu no Salão Nobre da ACDE, teve início pelas 21h30, do dia 7 de dezembro, tendo apenas comparecido cerca de dez empresários.
Em entrevista à Rádio campanário, o presidente da ACDE, António Melgão, lamentou a falta de adesão por parte dos comerciantes e empresários do distrito de Évora, “mas explicámos o nosso ponto de vista, a nossa forma de pensar sobre o projeto”.
Instado a comentar a ausência de participantes na reunião, refere não saber “se os empresários não estão interessados, porque há tanto tempo que existe a conversa que vai abrir o centro comercial em Évora, que eles já não acreditam, ou então faz parte da forma de pensar dos comerciantes que não ligam muito ao associativismo e não se empenham em colaborar uns com os outros, eu também estou um pouco preocupado com essa falta de interesse (…) é muito pouco para o número de empresários que existe”.
Relativamente ao caderno de encargos, o presidente da ACDE diz que contempla essencialmente “questões urbanísticas, contrapartidas e também algumas contrapartidas que nós associação sugerimos ao município que pudessem estar inseridas para minimizar o máximo o impacto da abertura, se existir o centro comercial, porque ainda não é certo que vá existir, (…) das conversas que temos tido com o presidente da câmara, ainda não há sequer concorrentes à aquisição do terreno, não há nada assinado, há apenas o interesse da parte de alguns promotores e da câmara em que o negócio se concretize, mas não é certo”.
António Melgão destaca que “as contrapartidas são essencialmente “no melhoramento urbanístico do centro histórico, que se consiga dentro do centro histórico criar iniciativas de revitalização do comércio tradicional, criar animações para que as pessoas possam lá ir e ao mesmo tempo fazerem compras (…) zonas de estacionamento, casas de banho públicas condignas, mais segurança (…) são aspetos que tentamos que sejam melhorados”.
Quando questionado, refere que a Câmara de Évora não esteve representada na reunião, “não houve necessidade, nós temos tido algumas reuniões e temos tentado estar o máximo possível dentro das negociações que têm decorrido entre a câmara e os promotores e temos tentado dar as nossas opiniões e as nossas sugestões”.
Em termos financeiros, António Melgão diz que “neste momento não existem valores, nada de concreto (…) ainda não é ponto assente que o centro comercial vá existir porque neste momento apenas estamos a discutir o caderno de encargos que irá ser apresentado pela câmara, mas que nem sequer está aprovado (…) ainda está aberta a discussão e talvez haja algumas alterações, nós quisemos que antes que o caderno de encargos fosse aprovado pela câmara, fosse discutido entre os empresários, os comerciantes, e que a existirem mais sugestões, nós ainda pudéssemos ir a tempo de fazer a sugestão à câmara (…) não está definido nada de concreto”.
“Vamos continuar a estar atentos, a estar dentro da negociação do centro comercial para que as nossas sugestões sejam efetivadas e que consigamos dentro dos possíveis, minimizar o impacto da abertura de um centro, se é que vai abrir, em Évora”, frisa.
Quando perguntado qual a preferência da ACDE, António Melgão refere, “pretendíamos e gostaríamos que acontecesse, criar um centro comercial dentro do centro histórico, penso que seria possível com muita vontade, muito trabalho, não é um processo fácil de conseguir (…) Évora teria todas as condições para que isso viesse a acontecer”.
“A abrir um centro comercial que não seja esse, não emitimos a nossa opinião (…) achamos que não temos capacidade de decisão (…) e conforme as coisas forem acontecendo, tentaremos trabalhar para minimizar o impacto do que for acontecendo (…) depende muito das condições que forem apresentadas ao município e que o município exporá ao comercio tradicional e nesse aspeto haverá mais vantagens se for às Portas de Avis porque a câmara estará no negocio a exigir contrapartidas a beneficiar o comércio do centro da cidade (…) se for outro penso que não haverá contrapartidas nenhumas porque a câmara não tem poder de decisão nem forma de exigir nada e o comércio tradicional não ganharia nada com isso”.