No final do ano passado o número de contadores inteligentes nas instalações de Baixa Tensão Normal em Portugal Continental ascendia a 3.212.505, o que corresponde a 52% do total de instalações em Baixa Tensão Normal no país, indica um relatório da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
O regulador considera que “esta instalação está bem disseminada no território, com níveis de instalação entre os 40 e os 60% na generalidade dos distritos”.
Ainda assim, há disparidades territoriais, com Évora a destacar-se ao registar 76% das instalações de Baixa Tensão Normal com contadores inteligentes, enquanto no extremo oposto surge Vila Real, onde os contadores inteligentes apenas pesavam 35%.
Nas conclusões do relatório, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos refere que os operador de rede de distribuição em Baixa Tensão (ORD BT) “manifestam um compromisso generalizado com o desenvolvimento das redes inteligentes de distribuição de energia elétrica, traduzido na situação atual de instalação de contadores inteligentes e de disponibilização de serviços avançados aos clientes, mas também nos planos para futuro”.
Mas, nota, “um número significativo de instalações em Baixa Tensão Normal tem contador inteligente instalado e já tem acesso a alguns serviços inovadores, ainda que não estejam integradas nas redes inteligentes, correspondendo a 22% de clientes. Estes serviços incluem a leitura remota mensal do contador ou a atuação remota para alguns serviços concretos. As instalações Baixa Tensão Normal integradas em redes inteligentes totalizavam, no final de 2020, 16% do total (1 milhão de clientes). Em resumo, cerca de 38% das instalações Baixa Tensão Normal já têm acesso a algum tipo de serviços remotos, incluindo leituras diárias ou mensais”.
Os ORD BT estimam que, no final do próximo ano, sejam já 50% das instalações de Baixa Tensão Normal a estarem integradas numa rede inteligente e que em 2024 esse número atinja os 76%.
A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos deixa também um aviso sobre a comunicação dos comercializadores com os clientes. “Alguns comercializadores evidenciaram desconhecimento da regulamentação em vigor relacionada com o acesso ao registo das instalações integradas nas redes inteligentes. Esta questão pode ser colmatada com o reforço da informação disponibilizada aos comercializadores, designadamente relativamente às obrigações e direitos dos comercializadores e dos clientes”.
E, sublinha, “a maioria dos comercializadores ainda não utiliza todas as potencialidades decorrentes da integração das instalações de consumo nas redes inteligentes, nomeadamente solicitando aos seus clientes autorização de acesso aos diagramas de carga. Importa que, à medida que o vão fazendo, mantenham a transparência na comunicação e a salvaguarda da privacidade e dos direitos dos consumidores”.
Entre os serviços previstos pelos comercializadores encontram-se o aconselhamento sobre eficiência energética e gestão de consumos dos seus clientes, o aconselhamento tarifário e contratual, o aconselhamento sobre soluções de autoconsumo ou de mobilidade elétrica, ofertas de tarifas dinâmicas e alertas de consumo, indica ainda a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
Fonte: Jornal de Negócios
Foto: Deco