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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Fábrica Alentejana de Lanifícios, em Reguengos de Monsaraz, a única que ainda produz as típicas mantas alentejanas (c/vídeo)

A Fábrica Alentejana de Lanifícios mudou de mãos no inicío de 2020 e ganhou modernidade. Os novos sócios da Fábrica revelam que, ainda assim, “o trabalho continua a ser todo manual, nós inovámos nos produtos e nas cores”, continua. António Carreteiro, Margarida Adónis e Luís Peixe deram-lhe “um toque de contemporaneidade, porque a tradição tem de se atualizar”, acreditam.
O som e o movimento dos teares centenários parecem um bailado ensaiado. As lançadeiras correm livres, passando as cores por entre os fios dos teares, mais um puxão no chicote e tudo se move, numa coreografia aparentemente simples, pelo menos para quem faz desta arte o seu ofício. “Os pés é que comandam o trabalho e a formação do padrão”, explica Carmen Margalha, tecelã, que, com pouco mais de 40 anos, já passou mais de metade da sua vida sentada à frente do tear.
“É nesta sala que acontece a magia”, atira António Carreteiro, um dos novos sócios da Fábrica Alentejana de Lanifícios, em Reguengos de Monsaraz, a única que ainda produz as típicas mantas alentejanas.  

Das mãos dos cinco tecelões (quatro mulheres e um homem), saem, além das mantas com vários tamanhos e motivos tradicionais – como o clássico alentejano, com losangos, e o Monsaraz, feito de espigas –, artigos como pufes, candeeiros, bolsas para tablet, malas, carteiras, almofadas e cabeceiras de cama imaginadas pelos três sócios, nenhum com ligação à tecelagem. António Carreteiro é maquilhador profissional e tem formação em design de moda. “Aprendi tudo com elas, só assim percebi o que era possível fazer a partir das mantas”, conta.
Numa das salas, está exposto o espólio da fábrica. Entre mantas antigas (um dos exemplares data de 1910), equipamentos e outras peças, descobre-se a história desta arte manual
Hoje, os fios vêm da Covilhã e o tingimento é feito em Minde, agora com novas cores, como o verde-pistácio ou o azul-turquesa, que qualquer cliente pode conjugar à sua maneira, personalizando a peça escolhida, seja para usar no dia a dia seja para decorar a casa. “O que lhes dá o toque especial, o cheiro a artesanato, é a manualidade e a imperfeição do trabalho feito nestes teares centenários”, diz António. “Não se encontra nada igual.”

Fonte: Visão

Foto/vídeo: Facebook Fabrica Alentejana de Lanificios 

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