O arcebispo de Évora referiu que se preocupa “muito” com a nova geração, “como é que a Igreja há de fazer acontecer esse encontro com Cristo”.
“Os jovens são o tesouro e muito mais quando temos uma população muito envelhecida na nossa arquidiocese, uma desertificação populacional. Cada jovem é de oiro”, afirmou D. Francisco Senra Coelho.
O arcebispo de Évora observa que os jovens “vão ser a continuação da Igreja”, mas a sua primeira preocupação “é sentir cada jovem salvo” com o seu olhar brilhante, com sentido na vida.
“Muitas vezes parece que há uma espécie de rio que nos separa, entre as gerações, e a Igreja, não podemos ignorar, tem tido muitas dificuldades. Talvez porque não saibamos ouvir os jovens, talvez porque não saibamos caminhar com eles, talvez porque em vez de fazer com eles, fazemos para eles”, acrescenta.
D. Francisco Senra Coelho salienta que se preocupa “muito” com a nova geração, com o seu “encontro com Cristo”, como é que a Igreja há de “fazer acontecer esse encontro das novas gerações”, que têm a sua linguagem, têm a sua cultura.
Na iniciativa ‘23PORMÊS – Acolher a JMJ: «o amor é criativo»’, do Departamento da Pastoral Juvenil de Évora, o seu arcebispo assinala que há uma reflexão “muito grande” a fazer e a Jornada Mundial da Juventude é uma oportunidade “para a Igreja se reencontrar com ela própria e repensar o seu modo de dialogar com a nova geração”.
“Precisamos da sua presença, a Igreja tem que ouvir os jovens mas não com os ouvidos somente, com o coração e com a mente. Ouvir os jovens é percebe-los por dentro, as suas sedes, as suas escuridões, os seus vazios e fazer com eles a partilha da vida”, desenvolveu.
Portugal vai receber a Jornada Mundial da Juventude 2023, em Lisboa, um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.
“Nós não vamos às jornadas, nós somos as jornadas”, afirma D. Francisco Senra Coelho que tem esperança que esse encontro seja “para os jovens de Portugal também”, que todos sintam como suas.
Desde o seu nascimento à entrada no seminário, passando pela importância dos jovens na Igreja, esta foi uma conversa de alegria, amor e fé.
D. Francisco Senra Coelho nasceu em Moçambique, onde viveu até aos 14 anos, tem origem e família em Barcelos, e partilhou a sua história de vida, a vocação, a vontade de regressar ao país lusófono como missionário que o levou até Évora.
“Tenho uma alegria muito grande que é servir o povo alentejano, de quem gosto muito, das pessoas, da paisagem, da cultura. Também da culinária, gosto muito do sabor alentejano, e há uma coisa que me enche uma coração que é a primavera alentejana”, assinalou.
Fonte/foto: Agencia.Ecclesia