Foi hoje anunciada uma descoberta inédita, ao largo de Sines. Trata-se, segundo Investigadores do Instituto Politécnico de Leiria, de um carapau com cor laranja, uma anomalia genética conhecida em outros peixes, mas registada pela primeira vez nas mais de cem espécies de carapau.
O estudo dos biólogos Nuno Vasco Rodrigues, Frederico Almada, do Instituto Politécnico de Leiria, e Simão Santos, do Oceanário de Lisboa, foi submetido à revista científica ‘Cahiers de Biologie Marine’ aguardando-se a sua publicação em novembro.
Conforme notícia avançada pelo Notícias ao Minuto, trata-se de uma anomalia genética semelhante ao albinismo, que se designa por ‘xantismo’ e que se caracteriza pela ausência ou inibição de células responsáveis pela pigmentação escura (melanóforos), dando lugar a outras, responsáveis por pigmentação amarela (xantóforos)”, conforme explicação foi dada pelo biólogo Nuno Vasco Rodrigues.
Segundo a mesma fonte, o fenómeno já tinha sido registado em algumas espécies de peixe, apresentando parte ou todo o dorso numa coloração alaranjada, mas foi agora registado, pela primeira vez em todo o mundo, num exemplar de ‘Trachurus mediterraneus’, uma das mais de cem espécies de carapau existentes.
Neste exenplar, o dorso do carapau é todo alaranjado, sendo por isso um caso de xantismo total.
O Biólogo adiantou ainda “por os carapaus serem peixes oceânicos pelágicos (vivem em água aberta e não junto ao fundo) e serem presa habitual de outros peixes, apresentam uma zona dorsal escura, para se confundirem com o fundo do mar e não serem detetados pelos predadores e presas quando vistos de cima, e a zona ventral clara, sendo difícil a deteção quando observados por baixo (confundindo-se com a luz vinda da superfície)”.
Peixes xânticos são conhecidos em ambientes controlados, e o biólogo apontou que “essa condição pode ser mais frequente do que se pensa, mas os exemplares de cor laranja são muito cedo predados e não sobrevivem”.
O carapau laranja surgiu em capturas efetuadas em 2018 por pescadores de Sines e foi dado a conhecer aos investigadores.
Fonte: Notícias ao Minuto