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Sábado, Novembro 23, 2024

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“Praxes agressivas são relativas, para quem vê pode ser agressivo, os “bichos” não são obrigados a nada”, diz estudante de Gestão da UÉ (c/som e fotos)

Com o aproximar do fim das praxes académicas da Universidade de Évora, têm decorrido inúmeras aulas de praxe, momento em que os alunos do primeiro ano escolhem os seus padrinhos ou madrinhas que vão acompanhar o seu percurso académico.

Na Universidade de Évora, os alunos de terceiro ano são chamados de Senhores Estudantes e os alunos de primeiro ano de “Bichos”

A Rádio Campanário acompanhou a aula de praxe dos caloiros – “bichos” – do curso de Gestão da Universidade de Évora, que decorreu junto à Sé e falou com Tomás Araújo, aluno do terceiro ano de Gestão, que referiu “neste momento estamos na aula de praxe, é um momento em que os alunos de 1º ano escolhem os seus padrinhos e as suas madrinhas.”

Todos os cursos têm as suas tradições e as suas formas diferentes de praxar, Tomás Araújo destacou que “em Gestão existe uma tradição, os rapazes só podem escolher Senhoras estudantes femininas, e as raparigas só podem escolher Senhores estudantes masculinos.”

São os “bichos” que elegem o padrinho ou madrinha, consoante a afinidade que vão criando durante os momentos de praxe. Questionado se estava há espera de ser escolhido para padrinho, Tomás referiu “não tenho expectativas altas, é o que for, desde que seja sentido, é isso que eu espero, desde que tenha alguém que queria mesmo continuar comigo nesta caminhada e que seja para a vida.”

Sobre as regras que têm vindo a ser implementadas para garantir que as praxes não são momentos de humilhação e de agressividade, Tomás Araújo refere que “relativamente à agressividade não houve nenhuma norma que nos fizesse ser menos agressivos,” acrescentando que “a única regra que foi estabelecida, e que eu concordo bastante, é relativamente ao desperdício alimentar.”

No que diz respeito à agressividade Tomás refere “penso que a agressividade é sempre relativa porque desde que os bichos se sintam bem com aquilo que estão a fazer, a agressividade vai ser sempre bastante relativa,” acrescentando que “para quem está de fora pode ser muito agressivo, mas os bichos não são obrigados a fazer nada, se o bicho disser que não quer fazer, os senhores estudantes limitam-se a respeitar e a parar. Ninguém é obrigado a nada!”

Questionado sobre se os “bichos” se recusassem a participar nas praxes se seriam excluídos, o estudante refere “claro que não.” Como exemplo, Tomás refere “existem muitos bichos que não gostam de beber, e os Senhores estudantes muitas das vezes incentivam para que seja mais divertido, e, porque os colegas também bebem, no entanto, se os bichos não beberem não são excluídos da praxe e são tratados de igual forma.”

No entanto, há alguns casos que pode haver um afastamento. Segundo o estudante de Gestão, “se nós virmos que existe um “bicho” que, por exemplo, está na praxe contra vontade e não está a cooperar mesmo por teimosia, vai ficar sempre um pouco à parte” acrescentando que “os senhores estudantes acabam por ficar contraídos porque, quer dizer, eu estou a tentar proporcionar um bom momento ao “bicho”, e ele não está a querer receber esse momento, então, se calhar nós é que estamos mal.”

Conclui dizendo que “depende das situações, mas nós não excluímos ninguém, todas as pessoas são bem-vindas.”

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