Na sequência da retirada da pintura “Festa de Casamento”, do século XVII, de Pieter Bruegel, o Jovem, pertencente ao Novo Banco e cedida ao Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, a Rádio Campanário falou com a diretora do museu, Sandra Leandro, que afirmou que “desde que cheguei aqui ao museu não vi qualquer espécie de diferença no quadro”.
A diretora acrescenta ainda que “quando eu cheguei, em abril, e comecei a fazer as vistorias, sobretudo às segundas-feiras, do estado de conservação das peças, não notei naquela pintura nenhuma alteração”.
Questionada sobre se esse já seria este o estado da pintura em 2019, na altura da sua cedência ao Museu, refere que “não posso garantir exatamente isso, o que eu posso afirmar é que vi fotografias da peça quando chegou e depois passado um mês”, sendo que “nessas fotográficas, passado um mês de ela já estar aqui, já apresentava uma fissura”.
Além disso, Sandra Leandro, afirma que “como de resto, o próprio restaurador afirmou, que deveria aquela zona estar mais colada, mas como a madeira não é inerte, com todas as alterações que existem a madeira dá sempre de si”.
No que diz respeito à relação dessa cedência com os problemas de climatização do museu, a diretora da instituição afirma que a “situação do ar-condicionado foi uma situação que eu já encontrei também e que eu estou a tentar resolver também”, pois “as obras de arte devem ter condições ideais”, mas “não temos condições ideais”. Porém, “o que eu tenho feito aqui é tentar encontrar soluções”, afirma. Nesse sentido, o museu já recebeu outro técnico “para tentar ir resolvendo esse problema”.
Assim, “tanto quanto nós podemos prever”, a par dos trabalhos técnicos, “esperamos todos que em breve se resolva, mais ou menos no prazo de um mês”.
Sobre a possibilidade do regresso da pintura, “Festa de Casamento”, ao Museu Nacional Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, Sandra Leandro remete a questão para a Direção-Geral do Património Cultural, “uma vez que o protocolo que foi estabelecido foi feito nessa instância”. Contudo, a sua retirada “foi acordada aqui com o museu”, através de “uma reunião com a pessoa que está responsável pela coleção do Novo Banco e atendendo à tal fissura – que de resto é uma fissura mínima – voltaria ao Laboratório José de Figueiredo para ser avaliado e restaurado”.