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Alentejo, paisagem, património e tecnologia. Os trunfos do PACT

No próximo dia 13 de dezembro será lançada a primeira pedra da nova sede do Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), em Évora, embora a construção já vá adiantada. Ao todo são quatro novos edifícios, com projeto arquitetónico de Carrilho da Graça, que representam um investimento de 8,2 milhões de euros, financiados em boa parte por fundos comunitários. Será um ato simbólico mas é também de rituais que se faz a história das instituições, conta o DN.

Dirigido a empresários e estudantes do Ensino Secundário e Superior, o Open Day do Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia mostrou a vitalidade do empreendedorismo alentejano. Para breve, estará a inauguração da nova sede, assinada por Carrilho da Graça.

Na origem desta expansão não está a megalomania, mas a evolução natural do PACT ao longo dos seus cinco anos de funcionamento, como salienta o seu presidente, também vice-reitor da Universidade de Évora, Soumodip Sarkar, a propósito da realização do Open Day da instituição na semana passada. “Tínhamos a ambição de promover uma iniciativa deste tipo, capaz de mostrar à comunidade o trabalho que temos vindo a desenvolver, mas a pandemia foi-nos obrigando a adiar a sua realização”, disse ao DN.

E o trabalho que aqui se faz, promovendo a relação próxima entre universidades e empresas, passa por áreas diversas, mas estratégicas, como a Saúde Digital, Economia circular, Indústria 4.0 e Aeronáutica. Ao longo do dia, mais de 20 empresas e organizações, mas também alunos dos Ensinos Secundário e Superior, ouviram falar de intraempreendorismo em estruturas empresariais (com incidência no case study da Delta), do percurso entre uma ideia e a sua execução, da inovação na Cozinha (com o chef Miguel Laffan, distinguido com uma estrela Michelin) e dos dados como novo petróleo em áreas tão sensíveis como a inteligência artificial, as comunicações, a qualidade do ar ou a prevenção de catástrofes naturais. No final do dia, não faltou sequer o vice-almirante Gouveia de Melo para falar da importância da liderança e colaboração no desenvolvimento da task force da vacinação.

Visivelmente satisfeito com a adesão, Soumodip Sarkar admite que, apesar da pandemia, o crescimento excede as melhores expectativas iniciais: “O PACT foi criado há 5 anos por alguns dos stakeholders mais importantes da região, não só a Universidade de Évora, mas também os politécnicos de Portalegre, Beja e Santarém e várias empresas. Havia muito a ideia de criar aqui em Évora um ecossistema de inovação, promovendo um interface entre o mundo universitário e as empresas. E foi o que aconteceu: hoje acolhemos 46 empresas e temos recebido manifestações de muitas outras de várias empresas, de start ups a multinacionais. Isto demonstra que a nossa mensagem está a passar.” O que falta ainda? Para o presidente do PACT, “uma resposta clara na ferrovia. Temos comboios entre Lisboa e Évora mas ainda são poucos e pouco rápidos. A CP está agarrada à ideia de que ninguém vem para o Alentejo de comboio e isso não é verdade. Somos a última fronteira por desbravar do empreendedorismo europeu”. Atrativos não faltam, sublinha: “Uma vida mais tranquila, uma gastronomia de eleição, vinhos maravilhosos, preços acessíveis…” E ainda, segundo dados estatísticos de 2020, mais de 700 mil habitantes na região, um volume de exportações na ordem dos 2,9 mil milhões de euros e mais de 4400 projetos aprovados no âmbito do Alentejo 2020.

A estes fatores importa somar o facto de o PACT ser hoje líder do chamado Sistema regional de Transferência de Tecnologia (SRTT) que inclui uma universidade (a de Évora), 3 politécnicos, mais de 17 mil estudantes, 25 centros de investigação, 281 investigadores e 6 incubadoras de base tecnológica. A estes números soma-se a grande quantidade de empregos criados por grandes empresas como a Embraer, parceira desta iniciativa, e pelo próprio PACT, que emprega hoje 120 pessoas. Um número que decerto crescerá com a inauguração da nova sede, que, apesar dos seus cerca de 6100 metros quadrados, terá uma pegada de carbono neutra. Neste Alentejo 2.0, em que tanto se fala de dados, algoritmos e skills, que mensagem quis o PACT passar aos muitos jovens que estavam na assistência? Para a Reitora da Universidade de Évora Ana Costa Freitas, a resposta está na curiosidade humana: “Não podemos perder de vista a importância de fazer perguntas e a coragem de as saber fazer.” E lançou o alerta às gerações futuras: “Num mundo em rápida transformação, como é nosso, a educação formal, que recebem na escola e na universidade, é apenas o princípio da viagem.”

In https://www.dn.pt/

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