A Câmara Municipal de Estremoz vai proceder à venda, por hasta pública, do prédio urbano situado na Rua do Arco de Santarém, n.ºs 13 e 15, localizado dentro do perímetro urbano de Estremoz e em Zona Especial de Proteção.
Trata-se da antiga casa do alcaide-mor de Estremoz, do século XV, classificado como monumento nacional em 1924.
O edifício encontra-se em ruínas, não restando qualquer cobertura ou estrutura, e a fachada ameaça abater.
A hasta pública com uma base de licitação de 50 mil euros será realizada no próximo dia 14 de abril.
À Rádio Campanário o Presidente do Município de Estremoz, Luís Mourinha, declarou que o imóvel embora esteja classificado, “está mal classificado porque o que devia ter sido classificado era a casa da câmara que era o Palácio D. Dinis e o que foi classificada como casa da câmara foi a casa do alcaide-mor. De qualquer maneira, a importância turística para Estremoz tem a ver basicamente com a fachada que, seja público ou privado, tem que se manter sempre, porque é património classificado, embora possa vir a ser desclassificado e passe a ser só património municipal”. Acrescenta que “é importante que seja valorizado, (…) há muito trabalho a fazer, (…) fizemos um plano de intervenção no âmbito do desenvolvimento estratégico de Estremoz onde aquela zona é abrangida e pretendemos recuperar o máximo de prédios degradados que necessitem de intervenção”.
Neste caso “como há pessoas interessadas em efetuar investimentos naquela zona, achamos que a melhor medida nesta fase era propor a hasta pública daquele espaço, no sentido de ser criado uma pequena unidade hoteleira para fins turísticos ou para outra atividade qualquer ligada ao turismo no sentido de criação de postos de trabalho, que é no fundo a nossa meta principal”.
Questionado se o Município de Estremoz não possui meios financeiros para a recuperação do edifício, o autarca refere que a câmara “tem muitas habitações e muitos prédios que queremos recuperar e não há capacidade financeira do município para recuperarmos tudo, basta ver até o próprio Estado que está a fazer parcerias com o privado”, acrescentando, “fazer financiamentos privados em terrenos públicos é mais complicado porque os financiamentos dos bancos são mais difíceis (…) e naquele espaço o que realmente é importante é a fachada, não tem mais importância nenhuma e há outros prédios naquela zona (…) em que, em alguns deles, vamos ter que ser nós a recuperar (…)”.
Luís Mourinha destaca, “felizmente que Estremoz ainda tem privados, que querem adquirir edifícios para recuperar esses espaços e neste aspeto estamos satisfeitos”.
Considera estranho que “o PS de Estremoz seja contra e depois em termos de Governo seja a favor na medida em que aplica praticamente as mesmas medidas e a mesma logica nacional (…) normalmente a oposição levanta-se sempre quando é para fazer. Os que criticam agora e têm grandes ideias, nunca as tiveram quando estiveram no executivo (…) as oposições inventam sempre uma história para não se fazer. (…) Aquilo é um edifício que tem mais de 80 anos e está em situação de degradação no centro histórico e deve ser recuperado”.
O Presidente da Câmara Municipal de Estremoz diz que o centro histórico da cidade vai ser recuperado “conforme as propostas que possam ser feitas (…) somos flexíveis no investimento, o que queremos é captar investimento para a recuperação do património, as criticas a mim não me aquecem nem arrefecem porque são sempre dos mesmos que quando estiveram nada apresentaram”.
O edifício que vai ser posto à venda em hasta pública, foi mandado construir na segunda metade do século XV, por D. Sancho de Noronha, alcaide-mor de Estremoz. O edifício também é conhecido por antiga Casa da Câmara medieval.