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Turismo do Alentejo “surpreendido” com antecipação da UNESCO para as Festas do Povo

O presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, Vítor Silva, manifestou-se hoje “muito satisfeito”, mas também “surpreendido” com a antecipação da classificação das Festas do Povo de Campo Maior (Portalegre) pela UNESCO.

“Fomos apanhados de surpresa, tínhamos a indicação que era amanhã [quinta-feira] de manhã”, disse.

Segundo o responsável, o “fundamental” da questão é que as Festas do Povo de Campo Maior já estão classificadas como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

A classificação foi atribuída ao início desta tarde, na 16.ª reunião do Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, que está a decorrer em Paris (França), até sábado.

O presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo revelou ainda que espera, “no princípio de fevereiro”, em parceria com o município, fazer uma “comemoração em condições” desta classificação com o povo de Campo Maior.

A candidatura à UNESCO foi promovida pela Câmara e Associação das Festas do Povo de Campo Maior (AFPCM) e a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo.

Tradição secular e realizadas pela última vez em 2015, as Festas do Povo de Campo Maior são conhecidas por apresentarem dezenas de ruas, sobretudo no centro histórico, ‘engalanadas’ com milhares de flores de papel, feitas pela população de forma voluntária.

Promovidos pela AFPCM, os festejos na vila alentejana eram já reconhecidos internacionalmente pela sua originalidade e cariz popular, com os habitantes a prepararem a ornamentação das ruas durante meses a fio.

Esta tradição, identitária de Campo Maior, tem vindo a ser transmitida de geração em geração, oralmente e de forma informal, com os mais velhos a ensinarem aos mais novos os ‘segredos’ da elaboração das flores que ornamentam os espaços públicos da vila.

Em comunicado, a ERT do Alentejo e Ribatejo destacou hoje que estas festas são “uma das maiores manifestações de trabalho voluntário e de arte popular” em Portugal e que o reconhecimento da UNESCO “é de Campo Maior, é do Alentejo, é de Portugal, mas é principalmente de todos e de cada um dos campomaiorenses”.

“Campo Maior vê assim o seu nome e a sua tradição maior inscritos a ‘letras de ouro’” na UNESCO, graças a estas festas com “mais de um século de história” e que se juntam a “outras manifestações culturais do Alentejo”, disse a ERT.

Como Património Cultural Imaterial da Humanidade, em anos anteriores, a UNESCO já distinguiu o Cante Alentejano e o Figurado de Barro de Estremoz, no Alentejo, assim como a Falcoaria de Salvaterra de Magos, no Ribatejo.

Também o Fabrico de Chocalhos, baseado na tradição artesanal de Alcáçovas, em Viana do Alentejo (Évora), consta do Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente.

Já como Património Mundial da Humanidade, estão classificados pela UNESCO, no Alentejo, o Centro Histórico de Évora e as Fortificações Abaluartadas de Elvas.

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