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Problema com armazenagem de bagaço de azeitona evidencia “fragilidades” do Alqueva!

Uma associação ambiental do Alentejo considerou hoje que o problema de armazenamento de bagaço de azeitona na região deve-se ao crescimento do olival “sem olhar aos meios necessários” e às “fragilidades” da exploração do Alqueva.

“O anunciado investimento [em] mais olival, a qualquer custo, sem olhar aos meios necessários que acompanhem este crescimento, está à vista de todos”, refere a Associação Ambiental dos Amigos de Fortes.

A associação foi criada na aldeia de Fortes, no concelho de Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja, situada perto e afetada pela laboração da fábrica de transformação de bagaço de azeitona AZPO – Azeites de Portugal.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a associação, reportando-se a notícias recentes, refere que a capacidade de armazenamento das fábricas de transformação de bagaço de azeitona do Alentejo está “praticamente esgotada”.

Esta situação pode “originar um verdadeiro caos ambiental ao não haver onde colocar” aquele produto, que é formado por fragmentos de pele, polpa e caroço de azeitona e resulta da produção de azeite em lagares, alega.

Segundo a associação, esta constatação “coloca em evidência as fragilidades do modelo de desenvolvimento e exploração” do projeto do Alqueva, que “tem assentado na monocultura do olival, sem que os organismos responsáveis olhem para o território, para as comunidades e para o necessário reforço dos serviços e equipamentos públicos”.

Também coloca em evidência a necessidade de desenvolver uma “estratégia de fixação de agroindústrias amigas do ambiente, que possam corresponder aos subprodutos originados” pelo olival “sem colocar em causa a sustentabilidade económica e ambiental”.

A falta de “uma estratégia global equilibrada” para o setor agrícola e para o Alqueva “tem provocado estes desequilíbrios estruturais”, que “já penalizam as comunidades e populações” que residem perto de olivais e fábricas de transformação de bagaço de azeitona em óleo, azeite e biomassa, lamenta.

“Se nada for feito”, situações como a da aldeia de Fortes vão multiplicar-se “à medida que cresce a pressão para aumentar a capacidade de laboração” das fábricas existentes ou para “a abertura de novas”, alerta a associação.

“O bagaço de azeitona, visto até aqui como um resíduo, tem vindo, cada vez mais, a ser considerado um recurso agronómico de grande valor, pelo que transformado em composto já é utilizado em algumas explorações agrícolas sustentáveis”, frisa.

Por isso, a associação defende que é “urgente transformar o bagaço de azeitona em composto” e que “a fileira do olival deve seguir o caminho da sustentabilidade e o aproveitamento dos fundos comunitários em torno da economia circular”.

C/Lusa

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