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Universidade de Évora em projeto com NASA e ESA para alterar rota de asteroide

Através do projeto NEO-MAPP/ESA, missão HERA, uma equipa de investigadores pretende reforçar o conhecimento sobre o asteroide Didymos e a sua lua (Didymoon), bem como alterar a sua rota. Rui Melício, Professor do Departamento de Engenharia Mecatrónica e Investigador do Instituto Ciências da Terra (ICT), Universidade de Évora e do IDMEC, Instituto Superior Técnico, integra a equipa científica internacional do projeto.

Este projeto representa “um contributo importante para o conhecimento sobre os asteroides, para a Engenharia Aeroespacial em Portugal e para a aposta da Universidade de Évora no Aeroespacial”, conforme divulgou a UÉ.

O projeto é uma colaboração entre a ESA (Agência Espacial Europeia) e a NASA (Agência Espacial Norte Americana), que no passado dia um de dezembro, a partir de uma base na Califórnia, lançou a missão DART, ou Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo, com o objetivo de tentar mudar a trajetória do asteroide binário Didymos, que se encontra a 11 milhões de quilómetros da Terra, o equivalente a 2.5 vezes a distância da Terra ao sol, ir e voltar.

Andrea Riley, executiva da missão DART na NASA sublinhou que “a DART é uma primeira etapa nos métodos de teste para a deflexão de asteroides perigosos”. Para uma ideia mais clara, o “foguetão” agora lançado é cerca de 100 vezes menor do que Dymorphos, um asteroide descoberto em 2003 escolhido para esta missão “porque o seu tamanho é comparável aos asteroides que poderiam representar uma ameaça para a Terra, mas o sistema de asteroide duplo em si não é uma ameaça para a Terra” destaca a NASA.

A missão DART pretende desta forma gerar um impacto a 25 mil km/h contra o asteroide binário Didymos (o asteroide Didymoon de 170 metros de diâmetro que orbita em torno do Didymos de 780 metros). Além da cratera, prevê-se a alteração imediata de 1mm por segundo na velocidade do asteroide que, com a força da gravidade, acabará por influenciar a trajetória do elemento maior do par. Passados 10 anos, essa alteração na rota pode representar um desvio de centenas de quilómetros, destacam os investigadores.

“Esta missão vai testar a possibilidade de, através do impacto, alterar a trajetória de asteroides”, prevendo-se que o resultado desta missão seja apurado em 2026 através da missão HERA, levada a cabo pela ESA. A missão HERA vai monitorizar os efeitos do impacto da colisão da missão DART, contando com um instrumento automático LIDAR, tecnologia óptica de detecção remota que mede propriedades da luz refletida, desenvolvido em Portugal pela equipa do NEO-MAPP, nomeadamente CENTRA, Faculdade de Ciências da UL, ICT, EFACEC, Synopsis Planet. O LIDAR a bordo da HERA irá auxiliar na navegação, recolher dados para reconstruir o perfil destes asteroides e apurar que elementos contém o seu interior.

Recorde-se que a 20 mil quilómetros por hora, um meteorito de 100 metros gera uma cratera de 1 km de diâmetro e um rasto de destruição num diâmetro de 10 kms, enquanto um meteorito de 1 km arrasa uma área de 100 km, desencadeia sismos e tsunamis em vários pontos do globo e dispersa poeiras capazes de alterar o clima e destruir parte da vida na Terra.

Os investigadores indicam ser hoje possível detectar, até 10 anos atempadamente, uma colisão com meteoritos de grande dimensão, pelo que existe uma margem de 4 a 5 anos para desenvolver missões específicas.

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