O ex-técnico superior do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que começou ontem a ser julgado no Tribunal de Beja remeteu-se ao silêncio. Está acusado por 19 crimes, 9 de corrupção passiva, 5 de branqueamento, 2 de recebimento indevido de vantagem e 3 de violação de regras urbanísticas por funcionário.
O indivíduo de 49 anos é suspeito de ter recebido diversas quantias em dinheiro no decurso de intervenção ilícita no âmbito de pretensões e processos de licenciamento de intervenções urbanísticas.
De acordo com a notícia avançada pelo Luidador Notícias, o arguido, funcionário do ICNF desde 2009, esteve colocado até fevereiro de 2018 na Divisão de Licenciamento e Avaliação de Projetos do parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), em Odemira, mas, na sequência de um processo disciplinar que lhe foi instaurado, em 15 de maio de 2019 foi-lhe aplicada a sanção de despedimento, com cessação do vínculo de emprego público.
O inspetor da PJ de Setúbal, responsável pela investigação, referiu nesta primeira sessão de julgamento, que o processo começou com “denúncias à PGR e PJ e nas investigações os bens e liquidez financeiro do arguido não eram compatíveis com o vencimento que auferia no ICNF”. A investigação concluiu que o indivíduo beneficiou de vantagens monetárias ilícitas e de bens no valor de 477.304,13 euros.
Juntamente com Paulo Ventura são arguidos a Look Real Mediação Imobiliária e o seu proprietário António Alexandre, sendo que os restantes três arguidos do processo são a empresa Eurocitros,Lda e os gerentes José Manuel Fayos Mestre e Cristina Fayos Catala, pai e filha, de origem espanhola.
A próxima sessão está marcada para o dia 10 de janeiro de 2022, com o Coletivo de Juízes a ouvir as testemunhas de acusação.
Fonte: Lidador Notícias