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“Apesar das ameaças de morte que sofri, hoje agiria da mesma forma dentro e fora de campo”, diz árbitro Luís Godinho (c/som)

O árbitro alentejano Luís Godinho, natural de Borba, foi alvo de ameaças de morte após o jogo de futebol das meias-finais da Taça de Portugal entre o Sporting de Braga e o F. C. Porto, no dia 10 de fevereiro de 2021.

Na altura, e segundo o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol, Luís Godinho e a sua família, “receberam ameaças de morte durante toda a noite passada, logo após o jogo em Braga” e que as autoridades policiais foram de imediato avisadas e a viagem do árbitro de regresso a casa foi monitorizada pela polícia.

A origem das ameaças ao árbitro alentejano, surgiram da polémica gerada no jogo entre o Braga e o F. C. Porto, marcado pela expulsão de Luís Díaz, na sequência da lesão de David Carmo.

Após esta situação, Luís Godinho participou a ocorrência às autoridades, para tentar encontrar os autores das ameaças.

Hoje, à margem da entrega de presentes às crianças da Santa Casa da Misericórdia de Borba, a Rádio Campanário falou com Luís Godinho sobre este assunto, que começou por referir que “o passado foi o que foi, agi da forma que tinha que agir, dentro de campo e fora de campo,” destacando que se fosse “hoje fazia o mesmo.”

Estes acontecimentos na vida de um árbitro “são vicissitudes de um desporto de emoções, de sentimentos à flor da pele” sublinhando que “tudo isso dentro de campo é percetível” e “tudo o que passe esse domínio, há instituições próprias para tratar disso”.

Questionado sobre o estado do processo das ameaças de que foi alvo, Luís Godinho referiu “não sei em concreto como está o processo, porque deixei isso a cargo do meu advogado.”

Contudo, para Luís Godinho, o que “quero aqui simbolizar é que 2021, ainda assim, foi um ano muito positivo para mim. Não podemos esquecer que sou um árbitro de primeira divisão, um árbitro internacional, um árbitro com muita projeção a nível nacional, onde também projeto e levo a minha terra comigo, e é isso que de mais me orgulho nesse caso.”

Sobre os “maus comportamentos” no universo desportivo, o árbitro borbense sublinha que “o futebol será sempre alvo de discussões, de quezílias e de emoções, às quais não há um mandamento que diga que tem que ser “assim ou assado”.”

“Esses maus comportamentos, por ventura, servirão de exemplo para que no futuro não se voltem a passar comigo, nem com colegas meus,” conclui Luís Godinho.

E como a vida é feita de presente e futuro, a Rádio campanário perguntou a Luís Godinho o que esperava da sua carreira profissional no ano de 2022.

Luís Godinho avançou “espero um ano muito promissor,” destacando que “estou a trabalhar muito, trabalhei muito no passado e vou trabalhar muito, para que as coisas boas continuem a acontecer.”

Esta “tem sido uma carreira, até ao momento, cheia de coisas boas”, revelou o árbitro borbense, destacando que “se me falasse nisto há dez anos atrás, dizia-lhe que era muito difícil atingir certos patamares que hoje atingi,” revelando que “depois de atingir quero mais.”

Segundo Luís Godinho vai “continuar com os pés bem assentes na terra, rodeado dos amigos que me querem bem, continuar a trabalhar muito duro, para, num mundo onde há muita competitividade entre nós árbitros, possa continuar a ter grandes alegrias, não só a nível Nacional, como também a nível Internacional, onde possa representar o meu país e a minha cidade ao mais alto nível do Futebol Mundial.”

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